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Alunos e professores afirmam que escolas terão menos classes em 2016

Segundo levantamento da Apeoesp, ao menos 913 classes serão fechadas.Secretaria diz que não há fechamento e que número de matrículas é menor.

Escola José Lins do Rêgo apontada como uma das unidades que vai perder classes (Foto: Márcio Pinho/ G1)

Algumas escolas da rede estadual de ensino de São Paulo podem começar o ano letivo na segunda-feira (15) com menos classes. Levantamento da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) feito por meio de contribuições de professores e alunos de organizações que participaram de ocupações de escolas no final do ano passado indica que ao menos 913 classes serão fechadas no estado de São Paulo. A Secretaria da Educação nega que ocorra um fechamento de classes e afirma que há 187.890 matrículas a menos em 2016.

Em dezembro, a Justiça suspendeu o projeto de reorganização escolar após alunos ocuparem ao menos 200 escolas no estado. A reestruturação previa o fechamento de mais de 90 escolas e afetaria cerca de 300 mil alunos.

Além do fechamento de classes, alunos e professores afirmam que algumas unidades se recusam a abrir matrículas e outras tiveram o Ensino Médio encerrado.

A página no Facebook Não fechem minha escola, administrada por alunos, recebe informações sobre a diminuição no número de classes: Estamos mapeando os fechamentos de salas de aula ilegais de Alckmin. Tem um caso para relatar? Entre em contato via inbox, comentários ou whatsapp!, diz o post na rede social.

Para Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp, o que ocorre é uma “reorganização branca” em que o estado paulista fecha classes para “gradativamente justificar fechamento de escolas inteiras”.

“Eles querem impor a reorganização e o objetivo é econômico. Não há um projeto pedagógico que baseie essa reorganização. Quando é pedagógico, você mexe pontualmente”, afirmou Maria Izabel. Segundo ela, 3.490 salas foram fechadas em 2015, o que dá a dimensão do enxugamento que o governo vem fazendo.

A professora de Filosofia Jaiane Estevam, da Escola Estadual José Lins do Rego, afirmou no dia 2 de fevereiro que foram fechadas sete classes de Ensino Médio. Os alunos fizeram uma campanha e conseguiram reduzir o número para seis.

A consequência disso vai ser salas lotadas. Ano passado chegamos a ter 55 alunos por sala, conta. Segundo ela, os professores tiveram que declinar de aulas para que a maioria dos docentes conseguisse pegar um número mínimo. Mesmo assim, três ficaram sem aulas, relatou.

Na Escola Vicente Leporace, também na região do MBoi Mirim, são 10 classes fechadas segundo Jaiane. 

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