Buscar

Cunha defende menos tempo de campanha e financiamento privado

Conforme Eduardo Cunha, as campanhas não precisam durar três meses e contar com “superproduções” (Foto: Alcides Neto)

Debate sobre a reforma política teve defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), para que o tempo das campanhas eleitorais sejam reduzido e se considere posição da sociedade contra o financiamento público de campanha.

O parlamentar participa, nesta sexta-feira (24), de evento itinerante que também deve tratar sobre o pacto federativo no auditório da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

Conforme Cunha, as campanhas não precisam durar três meses e contar com “superproduções”, enquanto a sociedade cobra “debate político e não marketing” e não concorda com o financiamento público, sinalizando para outros mecanismos como o da iniciativa privada.

O evento itinerante, promovido pela Câmara dos Deputados, antecede votação da reforma prevista para ocorrer a partir do dia 26 de maio. Dentre os itens a serem debatidos também se incluem o voto distrital, fim das coligações e da reeleição, sendo os dois últimos mais suscetíveis a aprovação antes do recesso parlamentar.

Para o deputado federal e relator da reforma, Marcelo Castro (PMDB/PI), o grande problema do país consiste na fragmentação de partidos e realização de campanhas individuais que apenas contribuem para manter o poder econômico como fator de influência na votação.

“Temos um dos piores sistemas eleitorais do mundo. Mais dinheiro, mais votos. Menos dinheiro, menos votos. Temos que mudar esse cenário”, ressaltou ao defender listas fechadas de candidatos, como ocorre em 58% dos países que possuem regime democrático.

A vice-governadora do Estado, Rose Modesto (PSDB), avaliou que o evento possibilita não apenas ouvir de forma mais ampla a sociedade, como também pode “resgatar a credibilidade da classe política”.

Pacto federativo – Em relação ao pacto federativo, Cunha destacou ser necessário maior interlocução com os municípios para evitar que estes sofram consequências decorrentes de decisões do Governo Federal. Como exemplo citou o reajuste do magistério, acima da inflação, que colocou as prefeituras em situação de alerta.

“Não se pode fazer cortesia com o chapéu alheio. Hoje em dia ninguém quer mais ser prefeito, pois todos acabam respondendo processos por não cumprir as obrigações. Os entes federados viraram departamento da União”, disse.

O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), completou que com escassas fontes de recurso o pacto necessita se converter em algo real para que haja efetivo equilíbrio entre “o ônus e o bônus das prefeituras”.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.