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Defensoras do burquíni montam praia na embaixada francesa de Londres

Dezenas de mulheres pediram fim da proibição do uso do burquíni.Traje de banho islâmico foi proibido em algumas cidades da França.

Mulheres se reúnem nesta quinta-feira (25) em frente à embaixada da França em Londres para protestar contra a proibição do burquíni em cidades francesas (Foto: JUSTIN TALLIS / AFP)

Dezenas de mulheres muçulmanas e não muçulmanas, convocadas pelas redes sociais, transformaram nesta quinta-feira (25) a embaixada francesa de Londres em uma praia para protestar pelo veto ao burquíni, traje de banho islâmico que cobre desde a cabeça até os tornozelos, em cidades da França.

Sob o lema "Festa na praia: Use o que quiser", 75 mulheres encheram a entrada da embaixada francesa de areia, onde puseram suas espreguiçadeiras e sombrinhas para protestar contra a "censura" e a atuação policial exercida contra muçulmanas nos últimos dias na França.

Várias mulheres se organizaram no dia anterior através do Facebook para reivindicar o direito a usar o burquíini, proibido em 30 cidades francesas.

"Estou muito irritada", comentou à Agência Efe Someyie Khem, uma mulher afegã que vive em Londres e que participou da convocação junto com suas duas filhas.

"Não posso nem imaginar o quão assustada estava essa senhora quando estava rodeada de policiais", disse fazendo referência a uma mulher com véu que foi fotografada em uma praia de Nice (França) sendo fiscalizada por policiais.

Jornalista britânica foi uma das pessoas que questionaram no Twitter a atitude de policiais franceses que forçaram muçulmana a tirar seu burquini em praia da Riviera francesa; o G1 borrou o rosto da mulher para preservar sua identidade (Foto: Reprodução/ Twitter/ Aisha S Gani)

Ao protesto também compareceram muitas mulheres não muçulmanas como a ativista britânica Fran Smith, que explicou que tinha participado da concentração para apoiar suas "irmãs muçulmanas".

A jovem, que usava um biquíni debaixo de seu vestido, defendeu que "a mulher que saiu nos jornais no outro dia não usava um biquíni e mesmo assim foi forçada a tirar a roupa publicamente".

"O veto foi reinterpretado de um modo islamofóbico e além disso é misógino porque o alvo são as mulheres", disse.

Mulheres que protestam contra proibição do burquíni em praias francesas exibem cartaz com os dizeres "islamofobia não é liberdade' (Foto: JUSTIN TALLIS / AFP)

Uma das organizadoras do evento, Fariah Syed, explicou à Agência Efe que com este protesto pedem que a proibição seja retirada, da mesma forma que "não pediria a um freira que tire seu hábito, nem a um submarinista que tire seu traje de mergulhadora".

"Portanto, por que uma mulher islâmica deveria tirar seus trajes em público por sua religião e a roupa que usa?", perguntou retoricamente a jovem muçulmana de pai de Bangladesh e mãe inglesa.

O protesto foi interrompido momentaneamente por uma mulher que, após pedir a palavra, mostrou rejeição ao evento. Após minutos de discurso, o resto das ativistas sufocou a voz da mulher cantando "Nosso corpo, nossa liberdade".

Esta mulher, de nome Saleha e que tem nacionalidade argelina e francesa, explicou que considera que a "França é um país laico e que é preciso respeitar as leis do país".

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