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Gasolina no Brasil não é a mais cara do mundo, mas brasileiro está entre os que mais trabalham para abastecer o carro

Quem anda de carro no Brasil sabe que encher o tanque não está saindo barato. No início deste ano algumas medidas adotadas pelo Governo Federal para melhorar a arrecadação foram o aumento das alíquotas PIS/Cofins para combustíveis e o retorno da Cide – zerada em 2014 para evitar reajustes nas bombas.

Agora, um novo acréscimo na Cide está em discussão e, se aprovado como o setor sucroenergético quer, pode elevar em 14% o preço nos postos.

Ainda assim, de acordo com um levantamento realizado pela Bloomberg, o Brasil não está entre os países com a gasolina mais cara do mundo.

A consulta foi feita entre os dias 1º e 22 de julho em 61 países onde a renda per capita diária é de pelo menos US$ 3,50.

Na 39ª posição do ranking, o Brasil tem valores mais menores que boa parte das nações europeias listadas, como Espanha, Reino Unido e diversos países do leste do continente, assim como algumas nações asiáticas e os vizinhos Chile e Argentina.

Um litro de gasolina custa US$ 1,18 para o brasileiro. Desde 2013, quando o levantamento começou a ser realizado, o País se mantém na segunda metade do ranking, entre a 36ª e 40ª posições.

No entanto, quando o assunto é o impacto na renda da população, a posição tupiniquim não é das melhores. Para comprar um litro de gasolina por aqui é preciso desembolsar o equivalente a 4,64% do ganho diário e, anualmente, o gasto é de 1,97% da renda, deixando a nação na 13ª e 15ª posições dos índices, respectivamente.

Ou seja, entre os países mais desenvolvidos do mundo os brasileiros estão entre o que mais precisam trabalhar para conseguir abastecer o carro com gasolina.

Queda geral

Em comparação à última pesquisa, realizada no último trimestre de 2014, 55 dos 61 países consultados apresentaram quedas expressivas no valor da gasolina.

Isso pode ser explicado pelas quedas no preço do barril do petróleo impulsionadas por abalos na economia chinesa (segunda maior consumidora mundial do combustível fóssil).

Em agosto, o preço do barril chegou a US$ 38 nos Estados Unidos, o menor valor desde fevereiro de 2009. O petróleo Brent também atingiu mínima histórica no mesmo mês, fechando a US$ 42, menor preço desde março de 2009.

No início do mês a Goldman Sachs afirmou em um relatório que o preço do barril pode cair ainda mais em 2016, descendo à casa dos US$ 20, fator que pode trazer um novo cenário no próximo levantamento, previsto para abril do ano que vem.

Os países que apresentaram pouca ou nenhuma queda correspondem aos lanternas da pesquisa, os produtores de petróleo que subsidiam o preço: Emirados Árabes, Irã, Egito, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela.

Acompanhamento mundial

A Noruega aparece como líder do ranking dos preços da gasolina pelo mundo com o litro do combustível custando US$ 2,04.

O valor é alto porque não há subsídio do governo na bomba, além da opção de utilizar os lucros da venda de petróleo – o país está entre os maiores produtores do mundo – e derivados para investimentos em serviços básicos e infraestrutura.

Ainda assim, o norueguês precisa gastar apenas 0,92% de sua renda diária para comprar um litro de gasolina (posição de número 52).

Hong Kong e Holanda aparece na sequência. Os países vendem o litro do combustível por US$ 1,99 e US$ 1,90, respectivamente.

Apesar de fazer parte da China, Hong Kong tem estrutura política e constituição próprias e não sofre interferências do governo chinês nos valores da gasolina.

A cidade-Estado está entre os menores consumidores de gasolina do planeta e ocupa a penúltima posição de gasto com gasolina por ano, que consome 0,36% da renda anual da população.

Na Holanda, os impostos sobre a gasolina – os maiores da União Europeia – ajudam a encarecer o combustível. Esse e outros fatores fazem com que os holandeses adotem estratégias para reduzir o consumo.

Os Países Baixos possuem a segunda maior frota de veículos elétricos do planeta e a maior de bicicletas. Além disso, existe uma vasta infraestrutura pensada para o ciclismo, tornando fácil a adoção do meio de transporte.

As últimas posições não mostram surpresas. As seis nações que têm os valores mais baratos da gasolina – Emirados Árabes, Irã, Egito, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela – vêm ocupando praticamente os mesmos lugares no levantamento desde o início. Além de grandes produtos de petróleo, todas oferecem altos subsídios na bomba.

Com a gasolina mais barata do planeta – o valor é tão baixo que aparece zerado no gráfico – a Venezuela se mantém como a lanterna da tabela desde a criação do índice.

A renda per capita anual é de cerca de US$ 13 mil — segundo as Nações Unidas — e queima combustível como um país rico.

(novaCana.com)

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