Aplicativos e programas criados pela Justiça Eleitoral tornam pública a vida dos candidatos, melhoram a relação deles com a população, deixam a disputa mais justa e ajudam a denunciar irregularidades, mas ainda é cedo para dizer se eles mudam o perfil das escolas feitas nas urnas.
Para o cientista político da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Daniel Miranda, conveniência e proximidade ainda são dois fatores que pesam bastante na hora de decidir em quem votar.
A princípio, a diversificação das fontes de informação não necessariamente tem impacto sobre as escolhas. É difícil afirmar que a maioria dos eleitores escolha seus candidatos com base em informações. Acabam misturando com outros motivos. A parcela de eleitores que pesquisa, busca conhecer e investigar o passado é pequena, pontua.
Segundo Miranda, grande parte dos eleitores ainda opta por gestores conhecidos de amigos e parentes, que são de partidos pelos quais tem mais simpatia, por apoiarem causas específicas ou até mesmo por fazerem parte de determinadas categorias profissionais.
Essa coisa de o eleitor ser enganado é relativa. Em geral eles acabam escolhendo o candidato mais próximo dele. O eleitor não necessariamente vota no candidato porque acredita nas promessas, mas por acreditar nesse tipo de vínculo, comenta o cientista político.
Na opinião do juiz eleitoral David de Oliveira Gomes Filho, embora o perfil de voto seja heterogêneo e por variados motivos, o uso das tecnologias pela Justiça Eleitoral abre possibilidades.
Não tem como você dizer, em um mundo como esse, que as tecnologias não ajudam tanto o eleitor a conhecer o candidato como o candidato se comunicar com o eleitor e a justiça se comunicar com todos, candidatos e eleitores, explica.
Segundo ele, existem ferramentas para aqueles que as procuram e não são voltadas apenas à população, mas por exemplo há aplicativos para que advogados de partidos e candidatosacompanhem o andamento de processos judiciais e alerta sobre prazos para defesa, manifestações e sentenças.
É incontestável, segundo ele, que a tecnologia torne a disputa mais transparentes. Hoje com o DivulgaCand, por exemplo, se algum eleitor que acompanha o programa descobre inconsistência em bens ou informações sobre os candidatos, também podem fazer denúncias pela internet e contam com um manual elaborado pela Polícia Federal com dicas de como reunir provas que ajudem nas investigações para que elas possam ter resultado.
A tecnologia já entrou na vida das pessoas e entrou com peso e ela tem um impacto na nossa vida que ninguém fica mais alheio ao que está acontecendo no mundo a menos que queira ou que seja alguém mais simples ou com mais idade que ainda não estão conectadas, diz.
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