Publicado em 28/09/2016 às 16:24, Atualizado em 26/10/2016 às 16:07
Rami Adham, que viajou 28 vezes ao país nos últimos quatro anos, conta como é seu contato com os órfãos do conflito.
O sírio-finlandês Rami Adham se dedica a fazer crianças sorrirem em meio à tristeza de uma guerra que parece não ter fim.
Nos últimos quatro anos, foram 28 viagens à Síria. Ele distribui brinquedos entre meninos e meninas de Aleppo, no norte do país. Em troca, recebe sorrisos muitas vezes tímidos, mas recompensadores
Mas a iniciativa requer uma grande operação logística - ele cruza a fronteira entre a Turquia e a Síria carregando malas com até 70 kg de brinquedos. O trajeto é feito a pé e às vezes demora 16 horas.
Por causa de seu trabalho, Rami ficou conhecido como o "contrabandista de brinquedos de Aleppo".
"O sorriso que elas (crianças) te dão, a gratidão... você as ajuda a esquecer que elas perderam suas casas, suas escolas, seus brinquedos".
Segundo Rami, as bonecas Barbie são pesadas - ele diz colocar até cem em sua bagagem de mão. Também diz empacotar brinquedos mais maléaveis porque se acomodam em embalagens a vácuo e não correm o risco de quebrar.
Rami ainda ajuda a fornecer comida e outros suprimentos básicos por meio da Associação Síria-Finlandesa, que fundou por meio de doações. Agora, se dedica a construir escolas em campos de refugiados.
A reação das crianças, diz, encoraja seu retorno.
"Esse é o tipo de sentimento que me alimenta, que recarrega minhas baterias", diz ele.
Traumas da guerra