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Plutão tem céu azul e água gelada

Plutão tem céu azul e água gelada, revelou, esta quinta-feira, a agência espacial norte-americana NASA, citando novos dados da sonda New Horizons.

Quem esperaria um céu azul na Cintura de Kuiper [região onde se localiza o planeta-anão]? É magnífico, assinalou, citado em comunicado da NASA, Alan Stern, investigador-principal da missão New Horizons, do Southwest Research Institute, no Colorado, Estados Unidos.

As partículas que compõem as camadas de neblina de Plutão são, em si, cinzentas e vermelhas, mas a forma como disseminam luz azul chamou a atenção da equipa de cientistas da missão operada pela NASA.

Habitualmente, segundo Carly Howett, outro investigador do Southwest Research Institute, um céu azul resulta frequentemente da dispersão da luz solar por parte de pequeníssimas partículas.

Na Terra, lembrou, essas partículas são minúsculas moléculas de nitrogénio. Em Plutão, acrescentou, parecem ser maiores, mas ainda assim relativamente pequenas, tipo partículas de fuligem, a que se chamam tolinas.

Os cientistas creem que estas partículas ganham altura na atmosfera, onde a radiação ultravioleta do Sol ioniza (separa) moléculas de nitrogénio e metano e permite que reajam entre si para formar mais, e mais, complexos iões.

Quando se recombinam, formam complexas macromoléculas, um processo que, refere a nota da NASA, foi pela primeira vez identificado na camada superior da atmosfera de Titã, a maior lua de Saturno.

As mais complexas moléculas continuam a recombinar-se e a crescer até tornarem-se pequenas partículas. Gases voláteis condensam e tapam as suas superfícies com gelo antes de terem tempo de atravessar a atmosfera para a superfície, onde se juntam às partículas de cor avermelhada de Plutão.

A sonda da NASA New Horizons detetou também a assinatura de numerosas, mas pequenas, regiões de água gelada, que correspondem às zonas de cor avermelhada das imagens do planeta que foram divulgadas anteriormente, o que deixou os cientistas surpreendidos.

Ainda não percebemos a relação entre a água gelada e a coloração vermelha das tolinas na superfície de Plutão, disse Silvia Protopapa, outro membro da equipa científica da missão, da Universidade de Maryland, igualmente nos Estados Unidos.

A sonda, que fez a maior aproximação a Plutão a 14 de julho, está a cinco mil quilómetros da Terra.

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