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Bebê de sete meses supera três pneumonias e cirurgia de cinco horas

Vallentina passou oito dias entubada respirando por aparelho

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Divulgação

Quando Kathellen Maria Roca Roden, de 21 anos, desesperadamente entrou em contato com a reportagem do Portal Correio do Estado, no final de agosto, em busca de acelerar o processo operatório da filha, Vallentina Roca da Silva, na época com três meses, não imaginou que hoje, iria respirar aliviada ao lado da bebê.

Da mesma forma que a jovem mãe buscou ajuda de todos naquele momento difícil, voltou a procurar a reportagem para contar o final feliz da história que durou quase sete meses, mas que para ela parecia não ter fim.

Vallentina nasceu no dia 1 de maio, e, com 40 dias, foi internada com pneumonia, foi quando os médicos constataram que a recém-nascida sofria de Comunicação Interatrial (CIA) - defeito congênito de fechamento do septo interatrial, que é a estrutura que divide parte do coração entre os lados direito e esquerdo. A presença do defeito causa aumento do fluxo sanguíneo que passa pelos pulmões a cada batimento cardíaco.

Para que a bebê sobrevivesse, o procedimento cirúrgico seria a única alternativa. Com cinco meses de vida e três vezes internada com pneumonia, Vallentina não podia mais esperar, precisava ser operada. “No dia 22 de outubro, internada para tratar da pneumonia, Vallentina foi fazer ecocardiograma de rotina e, para minha surpresa, foi descoberto outro problema nela, o PCA - uma veia que deveria ser ligada sozinha e não ligou. Essa veia ajuda o sangue a ir para o coração. Nisso, foi outro susto”, conta Kathellen.

Para que a bebê pudesse ser operada, o pulmão deveria estar 100% curado da pneumonia, mas Vallentina não podia mais esperar. “Antes da cirurgia ela ficou uma semana internada no isolamento. Quando a doutora viu que o coração tinha piorado, decidiram operar mesmo sem o pulmão estar 100% curado da pneumonia”, conta a mãe.

Então no dia 24 de outubro, Vallentina foi para o centro cirúrgico e passou cinco horas nas mãos dos médicos. A operação começou às 8h e terminou às 12h. “Quando acabou a médica falou que ocorreu tudo bem mas que o pulmão dela estava péssimo”, relata.

Conforme Kathellen, o prazo de entubação das crianças que passam por processo semelhante, é de três dias, porém, nos dois primeiros dias Vallentina teve duas hemorragias pulmonares. “A médica disse que o pulmão dela é muito sofrido por conta da pneumonia e que não tinham previsão de desentubá-la”, lembrou.

Após uma semana entubada a bebê não reagia mais ao remédio para conter a hemorragia, respirava só por aparelho e a situação era bem crítica. “O corpo dela não mexia. Então a médica me chamou e disse que o que a equipe médica havia feito o que podia e que agora era só por Deus”, recorda a mãe.

Naquele dia, desesperada e com medo de perder a filha, Kathellen recorreu a um pastor. “Chamei o pastor lá e ele falou que era para eu ficar tranquila que tudo ia dar certo. No dia seguinte, quando cheguei no hospital para ver minha filha, a médica me contou que Vallentina havia melhorado como que da água para o vinho, que nunca tinha visto isso acontecer antes e que não estava acreditando na melhora absurda dela”, relata.

No oitavo dia, Vallentina foi desentubada. “No nono dia ela começou a mamar, reagia muito bem, dava risada, não chorava e então tivemos alta para a enfermaria”. E depois de longos 13 dias internada, a família pode enfim ir para casa.

“Por conta disso eu precisava agradecer minhas heroínas: a cirurgião cardiopediatra Aparecida Afif, as cardiopediatras Claudia Piovesan e Manuella. São pessoas capacitadas para realizarem esse tipo de cuidado que tiveram com a minha filha. A elas o meu muito obrigada”, agradece a mãe.

Vallentina completou sete meses no dia 1º de dezembro e atualmente leva vida normal. “De dois em dois meses ela faz exames com a cardiopediatra para ver se está tudo bem. A papinha salgada ainda não foi liberada, por enquanto ela só mama e se alimenta de frutas”.  

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