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Mãe acusada de brigar com médica em UPA desabafa e diz que foi humilhada

Desempregada, ela diz que precisou sair do antigo emprego na indústria têxtil para cuidar da filha, que faz tratamento psiquiátrico para depressão: "jamais brigaria com quem vai ajudar minha filha"

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André Bittar

Uma desempregada de 46 anos que acabou conduzida à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga acusada de brigar com a médica, de 33, que atendia sua filha adolescente, de 14, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, em Campo Grande, rebateu as acusações sofridas e disse que foi vítima de injustas agressões e ofensas no local onde foi pela primeira vez.

“Ela me trancou no consultório, jogou um líquido vermelho no meu rosto e começou a me arranhar. Não fiz nada. Como posso agredir alguém que estava lá para atender minha filha? Fui tratada como uma bandida, uma marginal”, disse a mulher.

Segundo ela, diferente do que foi relatado, em nenhum momento ela tentou agredir a médica. E os funcionários, ao invés de ajudarem a resolver a situação, ainda a atacavam mesmo na presença da Guarda Civil Municipal.

“Me chamaram de pobre, disseram que eu ia ser presa e apodrecer na cadeia por não ter dinheiro para pagar a fiança. Que eu era suja. Como poderiam ter presenciado tudo o que aconteceu se a porta (do consultório) estava fechada? Fui humilhada”, disse.

No relato da mãe, a confusão se iniciou pela demora no atendimento. Ela diz que decidiu levar a filha ao local pelo fato da adolescente apresentar febre alta, vômito e dor de cabeça. “Chegamos por volta das 13h e só nos chamaram para a triagem por volta das 16h40”, disse.

Segundo a desempregada, a médica teria se irritado quando questionada por um erro na chamada dos nomes – teria pulado a vez da adolescente. “Ela disse que ia deixar minha filha sem atendimento e eu ainda implorei. Em nenhum momento rebati ou xinguei ela, como falou. Depois de me agredir ela começou a chorar e tentar reverter a situação”, completou.

A mãe espera agora que o episódio não deixe reflexos na filha, afinal a adolescente, sua caçula, faz tratamento psiquiátrico contra depressão. Pede que se instale câmeras de segurança nos consultórios “para tirar essas informações a limpo” e lamenta o incidente na primeira vez que vai à UPA.

“Sempre freqüentei o posto de saúde do Coophavila e tive ótimo atendimento. Desta vez fui lá porque é mais perto de casa e estava preocupada com minha filha”, disse. “Larguei meu emprego para tomar conta dela (adolescente). E eu só queria ver ela bem. Era minha prioridade. Não tinha cabeça para brigar. Confio na Justiça para resolver tudo."

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