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Santa Casa de Campo Grande enfrenta desafios críticos além dos apagões: Ausência de Certificado do Corpo de Bombeiros coloca pacientes e funcionários em risco de incêndio

Maior instituição de saúde do Centro-Oeste enfrenta pressão do Ministério Público Estadual e Corpo de Bombeiros para garantir segurança, enquanto dívida cresce e apagões se tornam recorrentes.

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Santa Casa de Campo Grande - Foto SidrolandiaNews

Em meio aos frequentes apagões que têm assolado a Santa Casa de Campo Grande, a maior instituição de saúde do Centro-Oeste enfrenta um problema ainda mais grave e negligenciado: a ausência do Certificado do Corpo de Bombeiros. Há quatro anos, a segurança dos pacientes e funcionários em caso de incêndio está comprometida, e a situação crítica persiste, apesar dos esforços do Ministério Público Estadual e da corporação militar.

A promotora Daniela Cristina Guiotti, empenhada na busca pela segurança na instituição, solicitou uma liminar em fevereiro do ano passado. No entanto, o pedido tramita há um ano na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, presidida pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira. O impasse revela a dificuldade em fazer com que os poderes públicos e a Associação Beneficente de Campo Grande adotem medidas urgentes para resolver a questão.

"Diante das irregularidades existentes no Hospital Santa Casa, apontadas pelo Corpo de Bombeiros, verifica-se que os serviços médicos de urgência e emergência no Município de Campo Grande vêm sendo prestados de forma inadequada e insegura, com grande risco à população atendida e aos profissionais que trabalham na Instituição", alertou a promotora.

A falta de recursos financeiros do hospital é apontada como o principal obstáculo para a implementação das adaptações necessárias. O advogado Carmelino Rezende revelou que são necessários R$ 7,3 milhões para realizar as obras exigidas pelo Corpo de Bombeiros. Esse montante inclui R$ 901,7 mil para melhorias nas instalações elétricas, R$ 3,754 milhões para entrada única de energia, R$ 1,313 milhão para sistema de proteção contra descargas atmosféricas (para-raios) e R$ 1,4 milhão para processo de segurança contra incêndio e pânico.

A incerteza paira sobre o desfecho desse impasse, enquanto a ação civil pública completa um ano na Justiça. A Santa Casa, que já enfrenta uma "crise eterna," vê sua dívida crescer 90% em quatro anos, superando a marca de R$ 290,5 milhões. Com três apagões registrados nos últimos 30 dias, a comunidade se pergunta o que mais precisa ocorrer para que a instituição resolva seus problemas de infraestrutura. Em caso de uma tragédia, a pergunta crucial permanece: quem será responsabilizado?

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