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Vou preservar meu neto, diz avó de Bruninho

Mãe de Eliza Samúdio está indignada com decisão do STF de soltar ex-goleiro Bruno

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Divulgação

Indignada com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de libertar o ex-goleiro Bruno Fernandes, acusado de matar a ex-modelo Eliza Samúdio, a mãe da vítima Sônia Fátima de Moura tem agora uma preocupação imediata: proteger o neto Bruninho, hoje com sete anos. 

“Ele sabe da história em parte. Não sabe que o pai matou a mãe”, disse em entrevista à TV MS Record nesta sexta-feira, dia 24 de fevereiro. “O que vou fazer é abraçar meu neto e preservá-lo do que está acontecendo”, completou. 

Sônia cogita, inclusive, procurar uma psicóloga para estudar como lidar com esta situação sem causar traumas à criança. O menino, segundo ela, fala na mãe. “Neste dia 22 foi o aniversário dela, eu preferi ficar em silêncio para evitar lembranças dolorosas, mas ele cobrou, disse: vó você esqueceu o aniversário da minha mãe”, relata Sônia com a voz embargada.

Habeas Corpus - O habeas corpus que favoreceu o ex-goleiro foi concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurelio Mello. Bruno cumpre pena na APAC de Santa Luzia, no interior de Minas Gerais. Ele foi condenado a 22 anos de prisão, em 4 de março de 2013, pela morte de Eliza Samudio. 

Na decisão, divulgada nesta sexta-feira (24), Marco Aurélio destacou que Bruno está preso há seis anos e sete meses sem que tenha sido condenado em segunda instância, motivo pelo qual deve ser solto para que recorra em liberdade.

 “Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”, escreveu o ministro do STF. 

 Após a notificação da decisão de Marco Aurélio, o goleiro deve ser solto. Ele deverá manter residência fixa e comparecer à Justiça sempre que convocado. 

Prisão em 2010 - Bruno foi preso preventivamente em agosto de 2010, após um inquérito policial apontá-lo como principal suspeito de ter matado a ex-namorada Eliza Samudio, com quem teve um filho. Ela desapareceu em 2010, aos 25 anos, e foi considerada morta pela Justiça. Seu corpo nunca foi encontrado. 

Em 2013, o Tribunal do Júri da Comarca de Contagem (MG) condenou o goleiro a 22 anos e três meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima), sequestro e ocultação de cadáver. No pedido de habeas corpus ao STF, a defesa de Bruno alegou demora de mais de três anos para que seu caso fosse julgado na segunda instância.

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