Buscar

Delação premiada é discutida com MPE e sigilo sobre escândalo é uma das condições

Advogado de cabeça do esquema de exploração afirma que investigado vai se apresentar

Delegado apresentou detalhes sobre investigação à imprensa (Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado)

O delegado responsável pela investigação do escândalo sexual envolvendo políticos, Paulo Sergio Lauretto, o advogado Hamilton Ferreira, que representa Fabiano Viana Otero, que está com mandado de prisão em aberto por supostamente comandar a rede de exploração, foram até o Ministério Público Estadual (MPE), no fim da manhã desta sexta-feira (24), para acertar os detalhes da delação premiada.

O advogado afirmou que os detalhes discutido sobre a delação não serão divulgados. “Uma das condições foi não divulgar os detalhes para a imprensa”, disse Hamilton.

Uma nova conversa entre a promotoria, o delegado e o advogado será marcada e na reunião os últimos detalhes da delação devem ser definidos. A expectativa é que Fabiano detalhe o nome de outros políticos envolvidos no esquema.

Fabiano Otero segue com mandado de prisão preventiva em aberto, mas segundo o advogado, o investigado só deve se apresentar na Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adoelscente (DEPCA), na próxima semana.

DELAÇÃO

A delação premiada é um benefício concedido a um suspeito que aceite colaborar com as investigações ou entregar outros suspeitos. Segundo Hamilton, quanto mais ele colaborar, pode até ter a pena extinguida.  

De acordo com o advogado, se a delação premiada for aceita, Fabiano deve confessar o crime e relatar novos fatos. “Se for deferido, eu vou pedir pela revogação da prisão e ele deve contar todos os fatos, relatar novas informações e talvez acrescentar mais pessoas”, disse Hamilton.

Fabiano teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e é considerado foragido. Ele foi indiciado pelos crimes de exploração sexual, induzir adolescentes a incorrer em ilícito penal e extorsão. Além de Fabiano, foram indiciados pelos mesmos crimes Luciano Pageu e o ex-vereador da Capital, Robson Martins.

Ainda conforme a defesa, mesmo em caso de indeferimento do pedido de delação premiada, o suspeito deve se apresentar até o fim da próxima semana. “Com ele foragido é mais difícil o juiz revogar a prisão”, afirmou, explicando que caso o juiz não conceda a liberdade, pretende conseguir uma diminuição da pena.

No mesmo inquérito, vereador Alceu Bueno (PSL) e o ex-deputado estadual Sérgio Assis (PSB) foram indiciados pelo crime de exploração sexual de adolescentes. Em caso de condenação, os políticos podem pegar de 4 a 10 anos de prisão.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.