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A farra petista no posto da Lava-Jato

Os militantes no Posto da Torre: o estabelecimento deu origem à investigação que levou figurões do PT para a cadeia

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Os militantes no Posto da Torre: o estabelecimento deu origem à investigação que levou figurões do PT para a cadeia (VEJA/VEJA.com)

O primeiro dia do congresso que vai definir o novo presidente do PT terminou com farra em um endereço de Brasília bastante simbólico para o partido. Encerrada a programação oficial, que contou com discursos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, dezenas de militantes resolveram improvisar uma roda de samba no posto de gasolina que deu origem à Operação Lava-Jato.

O posto, localizado bem ao lado do centro de eventos onde ocorre o 6º Congresso Nacional do PT, tem como proprietário um doleiro preso na primeira etapa da operação e, segundo a Polícia Federal, era usado para lavar dinheiro sujo do petrolão. Foi rastreando as movimentações do estabelecimento que os investigadores chegaram ao também doleiro Alberto Youssef e aos desvios bilionários na Petrobras que colocaram figuras ilustres do partido, Lula e Dilma entre elas, na mira da Justiça.

A festa petista entrou pela madrugada. Muitos dos militantes vestiam camisas vermelhas estampadas com a estrela do partido. Já passava das 2 horas e lá estavam eles, entre goles de cerveja, a cantarolar a plenos pulmões. “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão…”, entoavam (engana-se quem pensa que a trilha sonora era uma deferência aos brasileiros que se sentiram traídos pelo partido após os sucessivos escândalos de corrupção). A cantoria era substituída, vez ou outra, por gritos de “Fora Temer” e homenagens a Lula

A cúpula do partido estava bem representada na farra. Luiz Dulci, homem forte no Palácio do Planalto nos primeiros anos da era petista e agora diretor do Instituto Lula, conversava alegremente com amigos e posava para selfies. Perto dele, outra figura emblemática: o ex-deputado Virgílio Guimarães, conhecido por ter apresentado ao PT o empresário Marcos Valério, operador do mensalão.

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