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Diretor do TCE tinha 3 celulares antiespionagem e quase R$ 120 mil

Operação Antivírus investiga suposto esquema de favorecimento de empresas de informática com o Detran-MS

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Divulgação

A operação Antivírus, que investiga um suposto esquema de favorecimento de empresas de informática com o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), tem novo alvo: dois funcionários do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado ). Com um deles, foram encontrados quase R$ 120 mil em dinheiro e três aparelhos de celular diferentes, que prometem total privacidade contra a espionagem.

O TCE é o responsável por fiscalizar os gastos de todos os setores do governo. Um órgão público, sinônimo de transparência, que passou a abrigar uma suspeita.

Durante a operação Antivírus, promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) encontraram quase R$ 90 mil em dinheiro na gaveta de um dos mais influentes funcionários do local. As cédulas, sem comprovação de origem, estavam na gaveta da mesa do diretor de administração interna do TCE, Parajara Moraes Alves Júnior.

Uma quantia menor em valor, e não em suspeita, foi apreendida também na casa dele: R$ 16 mil. Parajara Júnior chegou a ser preso, mas foi solto junto com os outros 11 suspeitos.

O Ministério Público investiga um suposto envolvimento do diretor e de outro funcionário do tribunal com a Pirâmide Informática. Eles aparecem em interceptações telefônicas discutindo questões referentes à empresa investigada na operação Antivírus.

A Pirâmide Informática tem contrato com o TCE no valor de quase R$ 10 milhões. Essa empresa também foi contratada pelo Detran-MS sem licitação para prestar serviços na área de tecnologia da informação, mesmo sem ter estrutura ou funcionários capacitados.

Também na casa de Parajara, os investigadores apreenderam três aparelhos de telefone celular que agora estão passando por perícia. O que chama a atenção é que não são celulares tradicionais. São aparelhos antiespionagem fabricados no Brasil .

O celular é produzido por uma empresa do Paraná, em parceria com uma indústria francesa. Há dois anos, o G1 fez uma reportagem sobre as funções do aparelho, entre elas, o envio de mensagens criptografadas, completamente seguras. Esse tipo de aparelho também permite ligações seguras e evita a interceptação das mensagens.

A TV Morena procurou o Gaeco para que falasse sobre o uso desses telefones antiespionagem e também sobre o suposto envolvimento do diretor de administração interna do TCE, mas nenhum dos promotores quis comentar as investigações.

O advogado André Borges, que defende Parajara, informou à TV Morena que o investigado está colaborando com o Ministério Público e aguarda o agendamento para explicar, em depoimento, o que foi apreendido na casa e no gabinete dele, no TCE.

Sobre o dinheiro apreendido, ele explicou que Parajara entregará documentação ao Gaeco comprovando que o dinheiro é de um empréstimo. Sobre os celulares, segundo o advogado, não há lei que impeça o uso desses aparelhos.

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