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“É impossível não sentir vergonha”, diz ministro do STF sobre corrupção

Luís Barroso voltou a dizer que é contra "operação abafa"

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Barroso (foto) participou de evento em São Paulo nesta terça

Carlos Moura/22.06.2017/STF

Em um discurso contra os escândalos de corrupção no Brasil, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) destacou, nesta terça-feira (8), a disseminação dos crimes cometidos com profissionalismo.

— A corrupção é sistêmica, plural e pluripartidária, envolvendo empresas estatais, empresas privadas, agentes públicos, agentes privados, partidos políticos, membros do Congresso. Ela se disseminou de uma maneira espantosa, com esquemas profissionais de arrecadação e de distribuição. É impossível não sentir vergonha do que aconteceu no Brasil.

Ele defendeu que se use a política como ferramenta para superar o descrédito da população nos políticos.

— Considero a política um gênero de primeira necessidade e é preciso resgatá-la e devolver o espaço democrático, credibilidade, respeitabilidade à política. O Brasil e o mundo já viveram experiências desastrosas que não passavam pela política. Passavam por militares, tecnocratas, pela polícia. Não funciona. Não há saída fora da democracia.

O ministro, que falou a uma plateia de executivos em um hotel de São Paulo, voltou a usar a expressão “operação abafa”, referindo-se a investigados que trabalham para enterrar inquéritos.

— Que se cumpra a lei, que se puna adequada e proporcionalmente essas pessoas todas que se acostumaram a viver com dinheiro dos outros, com dinheiro desviado da sociedade e do povo brasileiro. Por essa razão, eu tenho sido um opositor da ‘operação abafa’.

Barroso saiu do evento sem falar com a imprensa. Ele chegou a ser questionado sobre as críticas que o colega de Corte, Gilmar Mendes, fez ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mas se recusou a comentar.

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