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Dólar cai mais de 2% e opera abaixo de R$ 2,40, após alta surpresa da Selic

Mercado reage à decisão do Banco Central de, surpreendentemente, elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano

O dólar opera em forte queda nesta quinta-feira, em reação à decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa básica de juros (Selic). Por volta das 12h40, a moeda americana valia 2,3997, em baixa de 2,78%. Nesta quarta-feira, o BC decidiu, surpreendentemente, elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano, citando maiores riscos à inflação. A expectativa do mercado era de manutenção da taxa em 11%.

Dentro da entidade financeira, a avaliação é de que a alta expressiva do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em setembro e o avanço de cerca de 10% da moeda norte-americana do mês passado para cá aumentaram ainda mais os riscos aos preços.

Alguns especialistas entenderam, porém, que o movimento pode ser sinal de que a política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) tende a ser diferente da feita até agora, criticada por causar inflação elevada e baixo crescimento.

O aumento dos juros dá uma animada no mercado por causa da expectativa de fluxo, mas principalmente porque é um indício de que o governo está mais preocupado com a inflação, afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

O mercado aguardará mais pistas sobre como será a política fiscal nos próximos quatro anos para confirmar suas apostas sobre a política econômica. Também continuará no radar a nomeação do próximo ministro da Fazenda. É um ótimo primeiro passo e parece que o mercado está bem feliz, mas ainda há um caminho longo à frente, disse o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold.

Além disso, a perspectiva de que o presidente do BC, Alexandre Tombini, continue em seu cargo e estenda o programa de intervenções diárias no câmbio em 2015 também tem contribuído para a queda do dólar ante o real. 

Nesta quinta-feira, o BC vendeu 4.000 contratos de swap cambial para dois vencimentos: 1º de junho de 2015 (3.000 contratos que totalizaram 148,7 milhões de dólares) e  1º de setembro de 2015 (1.000 contratos que totalizaram 49,3 milhões de dólares). Os contratos negociados nesta quinta terão como data de emissão e liquidação a sexta-feira, dia 31 de outubro. Essa operação faz parte do programa do BC de intervenções diárias no câmbio.

Bolsa -  No mercado de ações, o Ibovespa, principal índice da BMF&Bovespa, abriu o pregão desta quinta-feira em valorização de mais de 1%, impulsionado pela decisão do Banco Central (BC), de elevar a Selic para 11,25% ao ano. Por volta das 12h40, a bolsa brasileira ampilou o ganho e operava em alta de 2,18%, aos 52.163.04 pontos. Dentre os principais avanços, estão empresas do setor financeiro, como Itaú e Bradesco. Os papéis dessas empresas avançam mais de 5%. As ações da Petrobras também operam no campo positivo, em alta de 2,5%.

Na contramão, os papéis da Vale despencam cerca de 3,50%, após o balanço desfavorável divulgado pela mineradora nesta manhã. No terceiro trimestre, a maior produtora brasileira e mundial de minério de ferro teve prejuízo líquido de 3,381 bilhões de reais (1,437 bilhão de dólares), com forte impacto da queda do preço da matéria-prima do aço e perdas cambiais. 

(Com Efe e Reuters)

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