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Aldo rebate Holloway e diz que torcida deixa o rival com "cagaço do cara..."

Brasileiro afirma que americano blefa ao afirmar que ganha energia ao atuar diante dos torcedores locais: "Está com medo, sempre lutou nos EUA, onde não teve vaia"

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Divulgação

Max Holloway declarou, no treino aberto realizado na quinta-feira, em um shopping no Rio de Janeiro, que a pressão da torcida brasileira - que o vaiou em uníssono -, lhe dá mais energia. A declaração foi vista como blefe - ou "caô", na gíria carioca -, por José Aldo, campeão linear do peso-pena, que luta contra o americano, dono do título interino, no combate principal do UFC Rio 8, sábado, na Arena da Barra.

No "Media Day" realizado nesta sexta-feira, Aldo garantiu que a torcida canarinho é capaz de colocar pressão nos atletas estrangeiros e reforçou que o olhar de "Blessed" denuncia o medo e o nervosismo que o visitante está sentindo.

- Dá (energia ao adversário) porra nenhuma. Dá um cagaço do caralho, nunca lutou com uma pressão dessas, "rapá". Você vê os olhos de nervoso que ele fica quando a galera coloca pressão nele. É tudo "caô". É para não transparecer. Se você não está ligando para a torcida, não vê nada, vai lá e faz o trabalho. Eu já lutei contra milhões de pessoas e nunca respondi a ou fiz gestos para a torcida. Quando a pessoa quer mostrar isso tudo, está em um nervosismo tão grande, que você não sabe o quanto. Ele está com medo, sempre lutou nos EUA, onde não teve vaia, nem nada. É uma luta importante, em um cenário novo. Ele está nervoso, ansioso.

A postura de Max Holloway, de fato, mudou. O americano, que constantemente vinha provocando o anfitrião, tem adotado um discurso mais conservador nos últimos meses. Questionado se o americano estava "afinando", o atleta da Nova União falou que, pessoalmente, é muito diferente de provocar através das câmeras.

- (risos) É como eu falo, falar por trás da TV, sabendo que a verdade é outra, é uma coisa. Quando você vê frente a frente, vê quem é quem. Você pode falar para se promover. Ele mudou bastante.

Atualmente, Aldo encabeça mais uma edição do UFC no Brasil. Entretanto, ano passado, insatisfeito com algumas posições da organização, ele declarou aposentadoria. Ele afirma que este episódio o fez ser mais respeitado pela empresa.

- Tentamos dar um tiro para acertar um alvo e acertamos outro, digamos assim. O tratamento está diferente, o olhar deles. Antes você tinha o campeão que fazia tudo, baixava a cabeça e aceitava qualquer desafio que tinha pela frente, que não repudiava eles. Agora eles abriram um caminho que a gente possa escolher lutas. É o que eu quero. Temos essa luta pela frente e, assim que passar, vamos escolher também.

Confira outros trechos da entrevista:

Primeira luta após o seu filme

Particularmente, para mim, não mudou nada, mas o carinho dos fãs aumentou. Aquele que não conhecia o José Aldo e não gostava de luta, hoje em dia passou a conhecer e a acompanhar.

Corte de peso

Hoje em dia a perda de peso é mais fácil, estamos com uma dieta boa, achamos o ponto. Sabemos que é difícil, mas estou tirando de letra.

Crise de cinturão

Os brasileiros não tiveram uma renovação que possa dar continuidade. Tivemos Anderson, Cigano, Shogun... Não apareceram novos atletas com os mesmos estilos de luta, vamos dizer assim, que pudessem dar seguimento ao reinado brasileiro. Isso é normal, é fase. Tivemos próximos de novo com o Cigano, se ele vence, era mais um. O Demian está beliscando, o Jacaré esteve próximo. Isso faz parte, a vida é uma roda gigante, que gira bastante, por isso temos que prestar a atenção no caminho certo.

Nova geração

Fora de série, eu não vejo ninguém ainda... aquele cara que vai reinar por muito tempo Quem está chegando nas cabeças é a geração passada, que estava ali dentro já. Teve o Thominhas (Almeida), em uma crescente grande, mas quando afunilou não conseguiu manter. Torcemos para surgirem novos atletas brasileiros que possam tomar nosso lugar. Eu não vou ser campeão pra sempre, espero que um dia algum brasileiro entre e tome o meu lugar.

Mudança nos planos de se aposentar

Eu vou estar sempre motivado, nunca vou chegar aqui e virar as costas. É o que escolhi, o que eu sei fazer. Sou um quebrador de recordes, então tenho que estar sempre nos grandes eventos e lutar no Rio tem uma motivação maior do que lutar em qualquer outro lugar. Estou feliz por encabeçar esse card. O que mudou foi o tratamento, conquistei o que queria, mas depois dessa luta quero ver o melhor caminho.

Superlutas e boxe

Fazer uma superluta é o que eu desejo mais hoje. Quero me testar contra outros adversários, de categorias diferentes, quem sabe subir para os leves. Vamos ver, é dar um passo de cada vez. Primeiro tenho que vencer o Max e, depois, ver com o Dedé qual será o melhor caminho.

Nomes em mente

Temos nomes, mas minha cabeça está voltada para esse desafio. Assim que eu vencer, vou revelar, falar.

Saudade de nocautear

Faz muita falta, a gente vinha com isso... Mas não é uma coisa que eu fale... É uma luta, todo mundo estuda o campeão por muito tempo, tive que me manter vencendo. A gente vira um alvo. Teve a melhor dos adversários também, chegamos a um ponto que todo mundo sabia meu estilo, minhas armas. Eu sempre procurei inovar cada vez mais para tentar nocautear as pessoas. Essa luta será muito agressiva, ele busca muito a luta e, se não mudar seu estilo, pode ter certeza que vou pegá-lo.

Envergadura de Holloway

Altura e envergadura não fazem diferença nenhuma. Ele inverte as bases... Ele deixa que caras menores o encurralem. Ele procura usar a troca de base. A luta de chão pode ser um caminho, tenho treinado bastante isso e, se tiver a oportunidade, é certo que vou pegar (finalizar). Eu vou para cima o tempo todo. Se a luta estiver em pé, vou conectar vários golpes e vou nocautear.

Campeões escolhendo luta

Eu não digo nem só os campeões, mas os atletas normais também. Eles só querem lutar o que for bom para eles. Hoje em dia vale você falar, provocar todo mundo, chamar a atenção da mídia, de todo mundo, cria um rebuliço grande e, assim, fechar a luta. Todo mundo está querendo casar luta, ninguém está com o espírito de subir lá e lutar.

Relacionamento com o UFC após a compra

Todo mundo sempre fala do Dana, mas ele sempre teve carinho grande com a minha pessoa. Tivemos brigas como um patrão e um funcionário, fora isso, sempre teve respeito por mim e pela minha família. Isso ele sempre falou de coração mesmo. Com essa troca no UFC, não conheci os novos donos, mas ouvi falar que são gente boa.

Pular o octógono

Eu quero, mas a última vez o Dana me deu o dinheiro de volta, mas vamos ver. Os caras estão punindo quando os lutadores se penduram lá em cima (da grade).

O Combate transmite o UFC Rio 8 (UFC 212) ao vivo e com exclusividade no próximo sábado, a partir de 19h15 (horário de Brasília). O Combate.com acompanha em Tempo Real e exibe as duas primeiras lutas do card preliminar em vídeo ao vivo. Na sexta-feira, site e canal exibem em vídeo ao vivo a pesagem cerimonial do evento, às 18h50. Confira o card completo:

UFC 212

3 de junho, no Rio de Janeiro

CARD PRINCIPAL (a partir de 23h, horário de Brasília):

Peso-pena: José Aldo x Max Holloway

Peso-palha: Cláudia Gadelha x Karolina Kowalkiewicz

Peso-médio: Vitor Belfort x Nate Marquardt

Peso-médio: Paulo Borrachinha x Oluwale Bamgbose

Peso-meio-médio: Erick Silva x Yancy Medeiros

CARD PRELIMINAR (a partir de 19h30, horário de Brasília):

Peso-galo: Raphael Assunção x Marlon Moraes

Peso-médio: Antônio Cara de Sapato x Eric Spicely

Peso-galo: Johnny Eduardo x Mathew Lopez

Peso-galo: Iuri Marajó x Brian Kelleher

Peso-palha: Viviane Sucuri x Jamie Moyle

Peso-meio-médio: Luan Chagas x Jim Wallhead

Peso-galo: Marco Beltrán x Deiveson Alcântara

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