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Fechamento de agências dos Correios em MS repercute na Assembleia Legislativa

O fechamento de agências dos Correios no Mato Grosso do Sul repercutiu nesta terça, 7 de março, na sessão da Assembleia Legislativa do estado. Após denúncia do Sintect-MS de que mais duas agências seriam fechadas, nos distritos de Nova Casa Verde e Anhanduí, o debate foi levantado no legislativo estadual.

Em MS quatro agências foram fechadas em 2016, sendo duas em Campo Grande e mais duas nos municípios de Dourados e Corumbá. Nesta última sobrou apenas uma agência para atender um município cuja população já ultrapassa os 100 mil habitantes.

O deputado João Grandão apresentou na sessão a proposta de realização de Audiência Pública, na Assembleia Legislativa, com o tema a “Reestruturação das Agências dos Correios em MS”. De acordo com o deputado, os fechamentos “representam um enorme retrocesso no projeto de universalização não só dos serviços postais, mas de todas as funções sociais que os Correios desempenham atualmente. Somente no Distrito de Nova Casa Verde são 13 mil habitantes, distante 53 quilômetros de Nova Andradina. Daí já dá pra calcular o tamanho do prejuízo nos serviços de pagamento de benefícios do INSS, aposentadorias, serviços bancários, pagamento de funcionários dos postos de gasolina e restaurantes da região. Um desrespeito com os moradores da área rural e principalmente com aqueles com maior dificuldade de locomoção, como os idosos, portadores de deficiência e gestantes. Estaremos juntos com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios de Mato Grosso do Sul debatendo o assunto”.

Segundo a presidente do Sintect-MS, Elaine Regina Oliveira, a ECT projeta fechar 250 agências em todo país, o que configura o abandono da função social dessa empresa pública que tinha inclusive como meta a “Universalização dos Serviços Postais” que consiste em levar os serviços postais ao máximo de brasileiros possível. “Por outro lado, as agências de Nova Casa Vede e Anhanduí tem grande movimento, atendem duas localidades que ficam distantes das sedes dos municípios e isso vai prejudicar a população. E para tomar essas medidas a direção da empresa, que é estatal, sequer consultou a população e autoridades locais sobre os impactos e conveniência da desativação dessas unidades dos Correios”.

Empresa recua mas não nega fechamentos

Após o assunto ser divulgado na imprensa, a diretoria regional soltou nota afirmando que “não há data para que as unidades sejam definitivamente fechadas” e que os fechamentos estão “em fase de negociação”. Para Elaine Regina, a diretoria regional recuou do fechamento imediato por conta da repercussão do fato junto à mídia, parlamentares e gestores públicos. “A nota afirma que o fechamento ‘está em negociação’. Ora, se está em negociação é porquê vão fechar. Mas está em negociação com quem? Quem está negociando com quem? Se a direção da empresa não ‘negociou’ com os trabalhadores, nem com os usuários, nem com os prefeitos... Na verdade houve um recuo, momentâneo, mas a diretoria regional não quer admitir isso, óbvio. Mas também não afirmaram claramente que não vão fechar. Agora que o debate se tornou público, vamos discutir isso na Audiência Pública, onde poderão ser ouvidos os trabalhadores, os usuários de Anhanduí e Nova Casa Verde, prefeituras e câmaras de vereadores.”

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