Publicado em 30/08/2017 às 09:04, Atualizado em 30/08/2017 às 13:08
Afinal, ninguém quer cair de novo na pegadinha
"Eu tava no culto, preocupada com minha mãe, que tava doente. Então fiquei de olho no WhatsApp. Aí recebi um áudio da minha prima e quando vi era um sussurro, como se ela estivesse falando baixinho. Fui aumentando o som até que de repente tocou o gemidão. O pior é que todo mundo riu, não teve julgamento. É uma coisa que parece que todo mundo já passou, então o pessoal entende", conta a estudante Julia Carvalho, 19, uma entre os possíveis milhões de vítimas do 'Gemidão do WhatsApp', uma pegadinha que deixou muita gente em saia justa nos últimos meses.
O 'Gemidão do Zap' é um meme à moda brasileira, ou seja, é daqueles executados até a exaustão. Pelo menos desde 2016 corre de telefone para telefone, sendo aprimorado a cada semana e ganhando versões alternativas. É um modelo de pegadinha no qual se o alvo é curioso, não tem como fugir dela, porque normalmente o som do gemidão vem disfarçado, ou seja, chega no celular das vítimas como vídeos ou arquivos de áudio cuja descrição é daquelas capaz de mexer com a ansiedade de qualquer um. Afinal, quem não daria o play num vídeo que se apresenta como "Goleiro Bruno finalmente revela verdade sobre Eliza Samúdio"?
Só que como toda febre com apogeu na internet, o meme também teve seu declínio e no começo de agosto já experimentava seu ostracismo, digamos assim. "Não caio mais nessa", acrescenta Julia. Assim como a estudante, agora basicamente todo mundo está mais precavido. Isso porque enquanto esteve em alta, o gemidão deixou marcas... profundas, do constrangimento à vergonha fenomenal. Por isso, as pessoas seguem evitando ouvir áudios ou assistir a vídeos sem fone de ouvido ou sem a certeza absoluta de que o volume está sob controle.