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Após tiro em idoso, dupla se esconde por 2 horas e faz arrastão, diz polícia

Vítima de 68 anos morreu horas após tentar defender neto de perder celular. Jovem diz que atirou "na hora do desespero" em MS e outro se arrepende.

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Graziela Rezende/G1 MS

O tiro em uma das vítimas não foi suficiente para "frear" a ação de dois assaltantes, em Campo Grande. A vítima morreu horas após tentar defender o neto, um adolescente, em luta com os bandidos para não perder o aparelho celular. A investigação foi árdua, segundo disse ao G1 nesta quarta-feira o delegado Reginaldo Salomão, da Delegacia Especializada de Repressão à Roubos e Furtos (Derf), porém o inquérito foi concluído nesta quarta-feira (1°) e os envolvidos indiciados por latrocínio e uma sequência de roubos na cidade.

"Eles atiraram no idoso em novembro de 2016, quando ele conversava com o adolescente que estava chegando da escola. Na ocasião, os suspeitos deram um intervalo de duas horas, com medo de rondas policiais. Os jovens então continuaram a ação criminal e fizeram um arrastão na região sul da cidade, já que temos a suspeito de ao menos sete ocorrências", comentou o delegado.

Durante a abordagem, por volta das 11h40 (de MS), os envolvidos chegaram em uma motocicleta e pediram o celular, dizendo: "Perdeu, perdeu, passa o celular!". Neste instante, o idoso teria dado um golpe em um dos assaltantes e apontando a arma dele para a parede, de acordo com a investigação.

A vítima então passou a ser agredida pelo outro envolvido e foi atingida pelo tiro. Os bandidos fugiram em seguida e o idoso encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Universitário, posteriormente para a Santa Casa, onde faleceu no dia 27 do mesmo mês.

"Os ladrões continuaram a praticar crimes e acabaram sendo presos em flagrante. Durante a investigação, eles foram levados para a delegacia e reconhecidos pelo adolescente. Ambos foram reconhecidos tanto pela voz, usando capacete e também sem o objeto, já que estavam desta maneira na ocasião. A vítima, antes mesmo deles tiraram o capacete, já estava emocionado, com a voz embargada e os reconheceu sem sombra de dúvidas", ressaltou Salomão.

Questionados, Wesley Tyleson de Oliveira e Jefferson Braga de Souza, disseram estar arrependidos. "Foi em um momento de desespero", disse um deles. Os envolvidos tinham extensa ficha criminal por roubo. Agora eles também respondem por latrocínio, cuja pena pode chegar a 30 anos de reclusão.

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