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Avó e pai de Bernardo têm disputa judicial por relógio de ouro, diz advogado

Objeto teria sido deixado na casa de Leandro quando a esposa dele ainda era viva

A avó materna e o pai de Bernardo Uglione Boldrini, menino encontrado morto em um saco plástico no Rio Grande do Sul, disputam judicialmente a posse de um relógio de ouro avaliado em R$ 50 mil. A informação é do advogado dela, Marlon Adriano Taborda. Segundo ele, Jussara Uglione reivindica desde 2010 objetos deixados na casa de Leandro Boldrini quando a filha dela, Odilaine Uglione, mãe de Bernardo, ainda era viva.

— O Leandro reteve bens pessoais da dona Jussara, um relógio Ômega de ouro, um relógio caríssimo, feito à mão, que foi do pai dela. Acho que vale uns R$ 50 mil. Houve a informação de que ele passou para outra pessoa e comprou um Vectra na época.

Segundo o advogado, os bens estavam com Odilaine porque Jussara pediu para guardá-los enquanto mudava da casa em que morava. Além do relógio, também teriam ficado na casa do casal fotos, joias, fotografias e louças vindas de Portugal. Depois da morte de Odilane, que supostamente cometeu suicídio no consultório do marido, a avó teria solicitado os objetos.

— Ele não devolveu, coisa de cinema isso aí.

O advogado Artur Adolfo Reimann defendeu Leandro Boldrini nesse processo e afirma que o cliente dele negava ter ficado com qualquer bem pertencente à ex-mulher.

— O que ela [Jussara] dizia que era dela e que estava com o genro foi entregue a ela, logo após a morte da filha. Ela reclamou o relógio, mas ele alegava que não sabia do tal relógio.

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Relacionamento frio

Bernardo, que tinha 11 anos, foi encontrado morto em um matagal no interior de Frederico Westphalen (RS), na última segunda-feira (14). De acordo o depoimento de uma amiga do casal, suspeita de particpação no crime, o garoto teria morrido com uma injeção letal aplicada pela madrasta, Graciele Boldrini.

Taborda afirmou, ainda, que o relacionamento de Bernardo com o pai e a madrasta era frio.

— O pai trabalhava muito e não dava atenção e a madrasta não gostava dele, em momento algum foi descoberto de que ele foi agredido ou ameaçado.

Em um trabalho na escola, a professora teria pedido para as crianças desenharem qual o sonho delas e Bernardo desenhou uma chave e uma criança.

— [A professora perguntou:] Por que a chave, Bernardo? [O menino respondeu:] A chave é para eu entrar em casa, porque meu sonho é entrar em casa, porque eu tenho que pular o muro para entrar em casa. E essa criança, meu sonho é pegar minha irmã no colo, porque meu pai e minha madrasta não deixam.

Ainda segundo o advogado, Leandro impedia, desde 2010, a visitação e a participação da avó na vida do neto. Ela teria dito que estava disposta a ficar com o menino, mas nunca tentou judicialmente a guarda.

— Não, porque nunca tivemos informação oficial sobre uma situação de risco.

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