Publicado em 25/04/2017 às 17:00, Atualizado em 25/04/2017 às 19:47

Caminhar ajuda a controlar corrente sanguínea do cérebro, diz estudo

Terra,
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Divulgação

O impacto dos pés no chão ao andar, e não apenas ao correr, como acreditava-se até agora, pode ajudar a controlar a corrente sanguínea do cérebro e fazer com que mais quantidade dele chegue, revelou uma pesquisa apresentada nesta segunda-feira.

Estudiosos da New Mexico Highlands University (NMHU) apresentaram os resultados da pesquisa na reunião anual de Biologia Experimental. Esta mesma equipe e outras já tinham descoberto que quando uma pessoa corre, o impacto dos pés no chão, produz ondas de pressão através das artérias que se sincronizam com o ritmo cardíaco e o da pernada para regular de maneira dinâmica a chegada de sangue ao cérebro.

No estudo atual foi possível calcular o fluxo de sangue que chegava aos dois hemisférios do cérebro de 12 adultos jovens, estando de pé e caminhando rápido (um metro por segundo), a partir das medições da velocidade das ondas do sangue na carótida interna e do diâmetro das artérias de cada um deles feitas com técnicas de ultrassom. Assim determinaram que, embora o impacto dos pés na caminhada seja menor do que na corrida, o andar produz igualmente ondas de pressão nas artérias que significativamente aumentam a corrente sanguínea ao cérebro, um efeito que não é tão visível no pedalada porque não existe impacto dos pés contra o chão.

"Estes novos dados dão a entender de maneira clara que o fluxo sanguíneo cerebral é muito dinâmico e depende diretamente das pressões cíclicas na aorta, que interagem com os pulsos de pressão na direção contrária a produzida pelo impacto dos pés. Há uma continuidade de efeitos hemodinâmicos sobre o fluxo de sangue ao cérebro humano quando pedalamos, caminhamos ou corremos. De uma maneira especulativa, podemos afirmar que essas atividades podem otimizar a perfusão (alimentação das células com oxigênio e nutrientes) e os funcionamento do cérebro e em geral a sensação de conforto durante o exercício", aponta o estudo.

Para Ernest Greene, que dirigiu a investigação, o "surpreendente" é que tenha demorado tanto para medir esses "óbvios efeitos hidráulicos sobre o fluxo de sangue no cérebro". De acordo com o cientista, há um ritmo otimizador entre a "corrente sanguínea ao cérebro e o movimento". Segundo ele, o ritmo das pesadas e o impacto dos pés estão na categoria de um ritmo cardíaco normal (120 batidas por minuto) quando uma pessoa se move com energia.