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Pecuaristas do norte de MS articulam criação de cooperativa de carne

A iniciativa já tem nome e recursos garantidos pelo Ministério da Agricultura e, agora caminha com a questão estrutural.

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Assessoria

Produtores rurais da região norte de Mato Grosso do Sul estão se unindo na tentativa de criar uma cooperativa, que vai produzir, abater e negociar carne bovina. A iniciativa já tem nome e recursos garantidos pelo Ministério da Agricultura e, agora caminha com a questão estrutural.

A ideia surgiu em Figueirão, o município mais novo e com menor população em MS, ainda antes dos escândalos envolvendo a cadeia da carne brasileira, mas se intensificaram a partir da Operação Carne Fraca e a delação do JBS. Ambos impactaram diretamente na lucratividade dos produtores e nas negociações.

Idealizador, o prefeito de Figueirão Rogério Rosalin, decidiu unir o cargo público a experiência rural para beneficiar os município da região. "Estamos em uma região onde os frigoríficos mais próximos estão a 300 km. Então há muito descontentamento por parte dos pecuaristas", afirma ao contar que a ideia inicial era reunir três cidades, mas ganhou adesão de mais de 10.

O projeto do Beef Norte MS é útil, mas complexo. Construir uma planta frigorífica em Figueirão que irá abater o gado dos produtores associados e será comercializada por eles próprios, ao mercado interno e externo. Entre as vantagens aos fazendeiros, a rentabilidade é a principal. Para a cidade, a geração de emprego e renda.

A intenção é de que todos os associados sejam responsáveis por todo o processo, se consagrando como os verdadeiros donos do próprio negócio. Os idealizadores firmaram uma parceria com o Instituto Seiva Brasil, especializada na criação e desenvolvimento de projetos voltados ao cooperativismo, que dará assistência para constituição e elaboração de viabilidade econômica da cooperativa.

Inédito - Se sair do papel até 2018, como está prevista, a cooperativa será a primeira de Mato Grosso do Sul voltada para a carne bovina. O Estado tem bons exemplos do sistema, como a Cooasgo, em São Gabriel do Oeste, que produz suíno mas tem parceria com o frigorífico Aurora para abater e comercializar.

Rogério Rosalim afirma que tem feito reuniões até em Brasília, onde vai essa semana e onde já conseguiu recursos do Ministério. A intenção é de que a prefeitura de Figueirão construa o frigorífico e ceda para os produtores, em troca de movimentar a economia da cidade com a menor arrecadação do Estado.

Ela destaca ainda que a previsão é abater com arroba de 10% a 20% maior que o valor de mercado e principalmente melhora no rendimento de carcaça, criticado pelos produtores na relação com o frigorífico. "Já é um impacto inicial, animais mais valorizado e transparência no pagamento ao produtor".

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