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Policial mata os ex-sogros e se suicida na frente da ex-mulher e da filha, em Niterói

A ex-sogra do policial, Maria Diana da Rocha, de 64 anos, tentou fugir e ele atirou contra ela também.

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Um policial civil matou os ex-sogros e se matou em seguida, na manhã desta quinta-feira, no bairro Fonseca, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Segundo testemunhas, Marcelo Flávio Camardella Bravo, de 41 anos, entrou na casa e atirou primeiro contra o ex-sogro, o João Carlos da Rocha, de 63 anos, que foi candidato a vereador de Niterói, em 2016. A ex-sogra do policial, Maria Diana da Rocha, de 64 anos, tentou fugir e ele atirou contra ela também.

Ainda de acordo com testemunhas, o investigador tentou fugir com a filha de 5 anos, mas foi impedido pela chegada da ex-mulher, Luciana da Rocha. O policial, então, a agrediu com uma coronhada na cabeça e fez novos disparos contra a sogra, que ainda estava viva. A ex-mulher correu com a filha para o banheiro, mas o policial foi atrás e se matou na frente das duas com um tiro na cabeça.

O crime ocorreu por volta das 10h30, num imóvel da Rua Airosa Galvão, onde moravam os ex-sogros de Marcelo. O casal se separou há oito meses, e a ex-mulher se mudou para a casa dos pais. Ele não aceitava o fim do relacionamento. Por causa do ferimento na cabeça, Luciana foi levada para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no mesmo bairro, e já recebeu alta, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. A filha do casal não sofreu ferimentos.

Agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e policiais do 12° BPM (Niterói) estão no local, onde a perícia está sendo realizada. Segundo a Polícia Civil, Marcelo Flavio era lotado na 24ª DP (Piedade). De acordo com a Polícia Militar, o agente ainda chegou a efetuar disparos contra viaturas da PM que fizeram o cerco no local.

Polícia Militar e bombeiros estão no local onde um policial civil matou os ex-sogros e se matou Polícia Militar e bombeiros estão no local onde um policial civil matou os ex-sogros e se matou Foto: Foto de leitor

Morador da Airosa Galvão há quatro anos, o aposentado Marco Aurélio Farias, de 45 anos, ouviu os disparos feitos dentro do imóvel e viu a ex-mulher do investigador correr na rua para pedir ajuda.

— Estava dentro de casa e ouvi entre seis e oito tiros. Corri para o terraço, mas não consegui ver nada. Achei que eram tiros na comunidade próxima. Uns 20 minutos depois, a cuidadora da minha mãe me chamou para ver as as imagens das câmeras da minha casa que estavam viradas para a rua. Vi muita gente correndo, e os tiros começaram de novo. Foram mais tiros que da primeira vez. Umas duas sequências. Uma mulher saiu da casa gritando “Cadê a polícia? Cadê a polícia?”. Logo depois, os carros da PM chegaram. Um dos policiais ainda tentou falar com ele (o autor do crime) e acalmá-lo, mas não conseguiu — disse.

Ainda segundo Marco, familiares da ex-esposa do policial chegaram ao local horas depois.

— Ela chorava muito na rua e teve muita gritaria. Os familiares dela foram chegando e vi que uma mulher desmaiou. Foi muito desesperador e muito triste — contou.

Policial civil era readaptado pela psiquiatria

Em depoimento à Polícia, Luciana da Rocha afirmou que o ex-marido havia sido diagnosticado com transtorno bipolar. De acordo com informações da DHNSG, o inspetor era readaptado pela psiquiatria. Com ele foi apreendida uma pistola de propriedade da Polícia Civil e um revólver particular. A especializada apura as circunstâncias do crime.

No depoimento, Luciana ainda contou que já havia sido agredida por Camardella e que ele não aceitava o fim do relacionamento. Nesta quinta-feira, Luciana havia ido até à Defensoria Pública para dar entrada nos documentos do divórcio. Segundo depoimento, ela acredita que a filha foi poupada e que teria sido morta pelo ex caso estivesse na casa quando ele chegou.

Policial já foi agente penitenciário federal e passava por problemas financeiros

Camardella trabalhou como agente penitenciário federal, em Mossoró, entre 2011 e 2013, pelo Departamento Penitenciário Nacional. O inspetor da Polícia Civil atuou no cargo até ser demitido pelo então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após ser enquadrado em processo administrativo por improbidade administrativa.

O policial, que morava a 350 metros da casa dos sogros, na Rua Alice Galvão, estava passando por problemas financeiros, de acordo com serviços de proteção ao crédito. No período compreendido entre fevereiro de 2013 e outubro de 2016, o sistema registra que o policial acumulou dívidas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma delas, no valor de R$ 4.712, foi protestada em janeiro de 2015, em Niterói. O restante está relacionado à financiamentos bancários, além de seguro saúde e cartão de crédito, referente a uma loja de departamentos. No total, ele devia cerca de R$ 30 mil.

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