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Falta de transparência e denúncias deixam APAE de Campo Grande à beira de intervenção federal

Diretoria rebate denúncias e mães prometem manifestação na Assembleia Legislativa

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Divulgação

Familiares de pessoas com deficiência denunciaram o que eles chamam de “mau uso de verbas públicas” na APAE de Campo Grande. 

Segundo o site Top Midia New, eles agora querem fazer manifestação na Assembleia Legislativa e prometem cobrar respostas sobre o arquivamento das denúncias.

As mães, na maioria, preferem não se identificarem, por medo de represálias aos filhos. Mas, segundo elas, não há transparência na aplicação dos recursos recebidos para o tratamento de crianças com deficiência. Uma das mães contou à reportagem, inclusive, já foi chamada a depor em Brasília sobre o assunto.

“Me ouviram e pelo que eu soube pode acontecer até uma intervenção federal, porém acredito que no momento certo. Infelizmente tem política em tudo e talvez queiram aguardar estourar perto de eleição para não deixar o povo cair no esquecimento”, lamenta a mãe que é uma das denunciantes.

Segundo outra mãe, que tem filhos autistas atendidos na entidade, o problema se tornou grave com ameaças. “Teve mãe que pegaram apertando no braço, fazem ameaças veladas, dizem que ninguém vai acreditar”, contam.

Agora, elas prometem ir buscar ajuda política. “Vamos até a sessão na Assembleia no próximo dia 7 e cobrar respostas dos deputados, porque é preciso respeito ao cidadão sul-mato-grossense ao dinheiro do contribuinte”, defendem no manifesto enviado a várias mães de crianças e adolescentes com deficiência.

“Vamos entregar documentos, aos gestores do Legislativo e Entidades presentes , que comprovam a desvirtuação do interesse público da entidade em questão que vem executando através de convênio com empresas privadas de saúde a predileção a pacientes particulares dentro dos procedimentos custeados pelo SUS e através de seus contratados, pagos com verbas públicas essas e outras irregularidades, inclusive dando alta a pacientes sem documentação comprobatória de tal motivação, levando famílias leigas e pessoas de baixa renda a perda de direitos a qualidade de atendimento e dignidade humana”, afirmam.

Além disso, as mães e familiares querem apresentar aos parlamentares as denúncias arquivadas em órgão competente da Justiça, que segundo elas foram arquivadas sem investigação ou diligência eficiente.

Outro lado

Em entrevista do TopMídiaNews, o presidente da APAE, Antônio José dos Santos Neto, negou ter ciência de qualquer investigação envolvendo a entidade e refutou as denúncias. “A APAE/CG não foi notificada de nenhum procedimento investigatório ou foi informada através de oficio de procedimento instaurado junto ao ministério público estadual ou federal. Caso haja, certamente será infundada, pois nossa instituição cumpre rigorosamente sua prestação de contas em todas as instâncias de acordo com os procedimentos”.

O dirigente também negou saber de qualquer intervenção. “Desconhecemos qualquer possibilidade de intervenção, sendo que a APAE/CG sempre primou pela prestação de contas, mantendo sempre transparência em suas ações para a comunidade. A instituição é a única que oferece todo esse atendimento, que sabemos ser necessário para o desenvolvimento da pessoa com deficiência e sua integração na sociedade, ajudando em todas as formas de inclusão social.”

Segundo os dados enviados pela direção da APAE, o Centro Especializado de Reabilitação (CER), uma das unidades da APAE/CG presta serviços de reabilitação para o Sistema Único de Saúde através de contratualização junto as Secretarias de Saúde Municipal e Estadual, tendo para o ano de 2016 uma média mensal de 9.914 procedimentos, somando no ano um total de 118.963 procedimentos de reabilitação executados, dispensou 3.347 próteses, 1.692 cadeiras de rodas, 13.209 procedimentos de reabilitação com toxina botulínica e 1.329 procedimentos de reabilitação de ostomizados, tendo repasse médio mensal do Sistema Único de Saúde valor de R$ 616.410,79. No ano de 2017 foram atendidos 3 pacientes oriundos de convênios Unimed e PAS-UFMS, um paciente para TheraSuit e ABA.

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