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Operação Poço Seco: ex-gerente da Petrobras e ex-banqueiro são presos

Dupla é suspeita de ter recebido US$ 5,5 milhões em propina de companhia africana

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A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (26) um ex-gerente da área internacional da Petrobras e um ex-banqueiro por suspeita de terem recebido ao menos US$ 5,5 milhões (R$ 17,9 milhões em valores atuais) em propina na negociação da estatal para comprar um campo de petróleo em Benin, na África, no mesmo esquema que resultou na condenação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

A ação faz parte da 41ª fase da Lava Jato, deflagrada a pedido do Ministério Público Federal. A PF cumpre mandados de prisão preventiva e temporária, de busca e apreensão e de condução coercitiva em operação batizada como Poço Seco.

As investigações apontaram que ambos estão entre os beneficiários de uma propina total de 10 milhões de dólares paga na compra pela Petrobras de um campo de petróleo em Benin por US$ 34,5 milhões (R$ 112,5 milhões em valores atuais) , em 2011.

Depois da prisão de Eduardo Cunha em outubro de 2016 pelo recebimento de pagamentos ilegais oriundos do mesmo esquema, o rastreamento internacional de recursos, com apoio do Ministério Público da Suíça, levou à identificação de outros beneficiários, o que resultou na nova fase da Lava Jato, de acordo com o MPF.

“A cooperação internacional continua sendo um marco da Lava Jato. Neste caso, foi essencial para rastrear pagamentos suspeitos no exterior. Na medida que os países cooperam mais, corruptos e corruptores encontrarão um ambiente mais hostil para esconder os crimes que cometem”, disse o procurador da República Orlando Martello em comunicado.

De acordo com a Polícia Federal, foram expedidos pela Justiça dois mandados de prisão e três de condução coercitiva, além de oito mandados de busca e apreensão, nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e no Distrito Federal como parte da nova etapa da investigação.

A operação recebeu o nome 'Poço Seco', em referência aos resultados negativos do investimento realizado pela Petrobras em Benin, acrescentou a PF. Na indústria de petrólo um poço seco é aquele que não produz petróleo.

Investigação

A investigação foi iniciada em agosto de 2015, a partir da cooperação internacional com a Suíça. Documentos enviados pelo Ministério Público daquele país ao Brasil comprovaram o pagamento de subornos num total de US$ 10 milhões (cerca de R$ 36 milhões) para concretizar a aquisição pela Petrobras de campo de petróleo em Benin, na África, por US$ 34,5 milhões. As evidências apontam, portanto, para o fato de que quase um terço do valor do negócio foi pago em propinas.

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