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Decreto anti-imigração de Trump afeta universitários nos Estados Unidos

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Divulgação

As maiores universidades americanas estão pedindo a seus alunos e professores estrangeiros que não saiam do país. E aos que estão fora, que voltem imediatamente.

O temor é de que eles não consigam entrar nos Estados Unidos por causa do novo decreto de imigração do governo Trump.

Há cerca de 16 mil estudantes em universidades americanas dos sete países afetados pela proibição de entrada: Irã, Iraque, Síria, Sudão, Iêmen, Somália e Líbia. Os números são do Instituto para Educação Internacional, ONG que apoia a internacionalização do ensino superior. Os dados mais recentes são de 2016.

Em comunicados oficiais, reitores das instituições têm demonstrado sua posição contrária à medida. "É com muito pesar que eu mando essa carta", diz e-mail do presidente da Universidade de Columbia, em Nova York, Lee C. Bollinger. O texto pede que pessoas dos sete países adiem qualquer plano de viagem.

Estudante de pós-graduação da Columbia, a síria Riham Alkansaa, 26, não sabe se vai conseguir terminar seu curso. "Eu não acreditava que isso ia acontecer, agora não sei o que fazer", disse. Ela entrou na Alemanha como refugiada e, de lá, foi aprovada para estudar jornalismo nos Estados Unidos.

Muito abalada, ela participou nesta segunda-feira (30) de uma manifestação no campus da Columbia que reuniu centenas de estudantes e professores contrários ao decreto. "Acho que vou ter que voltar para a Alemanha no próximo semestre."

Os manifestantes pediam proteção aos estudantes dos sete países. "A universidade precisa se tornar um lugar seguro, onde os oficiais federais não possam entrar [para prender imigrantes]", disse o iraniano Hamid Dabashi, professor de literatura da Columbia.

O comunicado do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) pediu que os estudantes que estão foram do país retornem em voos diretamente para Boston até 4 de fevereiro. "Voltem o mais rápido que puderem", disse Cynthia Barnhart, responsável pela área internacional da instituição.

Segundo o MIT, dois estudantes de graduação foram impedidos de entrar nos Estados Unidos. A universidade está dando assistência legal aos alunos.

"Beneficiar-se do talento, da energia, do conhecimento e das ideias dos povos de todas as nações não é só um interesse vital da universidade, é um interesse vital da nossa nação", disse o presidente da Universidade de Harvard, Drew Faust. A instituição está montando uma equipe especial de advogados para lidar com os casos de imigrantes ilegais, de qualquer nacionalidade.

A Universidade de Yale, em Connecticut, também pediu que seus estudantes não viajem. A carta do presidente Peter Salovey diz que a universidade se junta a todos que pedem que Trump volte atrás no decreto sobre os imigrantes

A Universidade de Nova York (NYU) afirmou em seu comunicado que não vai permitir que oficiais federais entrem no campus para coletar informações de estrangeiros. E avisou que os estudantes correm sérios riscos ao viajar para fora do país.

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