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Egito diz ter encontrado destroços do avião da EgyptAir

Ministro da Defesa grego disse que também foram encontrados pertences.Avião desapareceu na quinta-feira quando ia de Paris para o Cairo.

(Foto: Egyptian Defence Ministry / AFP)

O ministro grego da defesa confirmou que destroços, pertences e até pedaços de corpos de passageiros voo 804 da EgyptAir, que desapareceu na quinta-feira (19), foram encontrados no Mediterrâneo nesta sexta-feira (20), segundo a BBC. O avião, que partiu de Paris em direção ao Cairo, transportava 66 pessoas.

O porta-voz do exército egípcio, Mohammed Samir, já tinha afirmado  mais cedo, em um comunicado publicado em sua página no Facebook, que aviões egípcios e navios militares tinham encontrados partes do avião e pertences pessoais dos passageiros a cerca de 180 milhas (290 quilômetros) ao norte da cidade de Alexandria, segundo a Associated Press.

A busca continua, estamos retirando água de tudo o que encontramos, completa a nota oficial, segundo a France Presse.

A Agência Espacial Europeia informou nesta sexta que satélites detectaram uma possível mancha de óleo perto de local do acidente, de acordo com a Associated Press.

Na quinta, a companhia Egyptair chegou a anunciar no começo da tarde (hora de Brasília) que destroços foram encontrados perto da ilha Cárpatos, na Grécia. Uma autoridade grega, no entanto, disse que os elementos achados não eram parte de avião.

O voo MS804 partiu do aeroporto Charles de Gaulle nesta quarta às 23h09 (18h09 em Brasília) e deveria pousar cinco horas depois no Aeroporto Internacional do Cairo, na madrugada desta quinta (19), às 3h15 (horário de Paris e do Cairo). Os radares perderam o contato quando o avião passava pelo Mediterrâneo.

Três investigadores franceses e um especialista técnico da Airbus chegaram ao Cairo nesta sexta-feira para ajudar na investigação, segundo a Reuters. Eles fazem parte do escritório de investigação e análise Ministério de Aviação Civil da França.Eles poderão aconselhar as autoridades egípcias na organização de buscas submarinas com vistas a localizar o avião e as caixas-pretas.A França participa de um comitê de investigação liderado pelo Egito, já que é o país no qual a aeronave foi fabricada e é o segundo com maior número de passageiros. Entre as pessoas que estavam a bordo, 15 eram francesas e 30 egípcias.

Mudança de rotaO ministro da defesa grego informou que a aeronave estava a 37 mil pés (11.300 metros) e mudou subitamente de rota. Às 3h39 da manhã (2h39 no horário de Paris e do Cairo) o curso da aeronave era sul e sudeste de Kasos e Cárpatos (ilhas). Imediatamente depois entrou no espaço aéreo do Cairo, fez guinadas e desceu como descrevo: 90 graus para a esquerda e 360 graus para a direita, disse o ministro Panos Kammenos em entrevista coletiva, segundo a Reuters.

Após mudar de rota, o avião reduziu a altitude de 37 mil a 15 mil pés (4,5 mil metros). Quando o Airbus estava a cerca de 10 mil pés (cerca de 3 mil metros) acima do nível do mar, o contato foi perdido. O último contato do piloto ocorreu com a torre de controle de Atenas, na Grécia, 10 minutos antes do desaparecimento.

A MarineTraffic divulgou a projeção do ponto onde o avião foi localizado pela última vez por radares sobre Mediterrâneo. O avião já estava no espaço aéreo egípcio. As condições do tempo eram boas, segundo o meteorologista da rede americana.

Hipótese de terrorismoAs causas da queda ainda são desconhecidas, mas autoridades egípcias cogitam a possibilidade de se tratar de um atentado.

O ministro egípcio da Aviação Civil, Sherif Fathi, disse nesta quinta que a possibilidade de um ataque terrorista ter sido a causa do desaparecimento do Airbus A320 da EgyptAir é mais forte do que falha técnica. O ministro disse que, no entanto, é cedo para tirar conclusões sobre a causa desaparecimento do avião.

A EgyptAir divulgou nota negando que a causa do problema tenha sido confirmada. O presidente francês, François Hollande, afirmou que o avião caiu e desapareceu. Infelizmente, temos a confirmação de que o avião caiu e está perdido, disse. Nenhuma hipótese pode ser descartada, nem qualquer uma pode ser colocada acima de outra.

Passageiros e tripulaçãoA aeronave modelo Airbus A320 transportava 56 passageiros (entre eles, uma criança e dois adolescentes) e 10 tripulantes (entre eles, três seguranças), de acordo com a companhia aérea.

Segundo a EgyptAir, o voo transportava 30 egípcios, 15 franceses, além de dois iraquianos, um britânico, um belga, um kuwaitiano, um saudita, um sudanês, um chadiano, um português, um argelino e um canadense. Nenhum brasileiro estava a bordo.

Familiares de passageiros estão no aeroporto do Cairo à espera de notícias de seus parentes.

A companhia aérea informou também que o piloto do avião, cujo nome não foi divulgado ainda, tinha 6.275 horas de voo, incluindo 2.101 horas no comando de um Airbus A320. O copiloto tinha 2.766 horas de voo. A aeronave foi produzida em 2003.

Outros casosEm março deste ano, um avião da EgyptAir, que voava de Alexandria para o Cairo, foi sequestrado e forçado a aterrissar no Chipre. O homem que desviou a rota carregava um cinturão com explosivos falsos e acabou preso. Não ficou claro, porém, se o caso era um ato terrorista.

Um Airbus A-321 operado pela Metrojet, da Rússia, caiu no Sinai em 31 de outubro de 2015, matando todas as 224 pessoas a bordo. Russos e governos ocidentais disseram que o avião foi derrubado por uma bomba. O Estado Islâmico (EI) afirmou ter conseguido explodir a aeronave.

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