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Nevasca Stella atinge nordeste dos EUA, mas perde força

A tempestade Stella lança rajadas de vento gelado, neve e granizo através do nordeste dos Estados Unidos, onde as escolas ficaram fechadas e milhares de voos foram cancelados, mas na cidade de Nova York o fenômeno será mais brando do que o previsto.

Nova York parecia uma cidade fantasma a apenas uma semana do início oficial da primavera, com a visibilidade seriamente reduzida e as ruas brancas e semidesertas. Mas o Serviço Nacional Meteorológico (SNM) rebaixou o alerta de tempestade a uma "advertência de clima invernal" em grande parte da cidade.

A previsão atual é que o fenômeno provocará de 150 a 200 mm de neve em Nova York - e não de 300 a 600 mm, como havia sido calculado na véspera -, com rajadas de vento de até 90 km/h, segundo o SNM.

Mais de 150 mm de neve caíram em Manhattan, além de granizo. Em bairros como o Brooklyn, a neve se transformou em uma chuva gelada. O termômetro marca -1ºC e as escolas, os tribunais e a maioria dos museus estão fechados.

A neve e o granizo afetam desde a Carolina do Norte até o Maine, passando por Nova York, Nova Jersey, Filadélfia e o sul de Connecticut.

- Aeroportos quase paralisados -

Os aeroportos de Nova York - JFK, Newark e La Guardia - estão quase paralisados, com cerca de 75% dos voos cancelados, segundo o site FlightAware.

Os aeroportos de Washington, Filadélfia, Boston e, em menor medida, Chicago também foram afetados. Mais de 7.800 voos com destino ou origem nos Estados Unidos foram cancelados entre segunda e quarta-feira, segundo o FlightAware.

O metrô e os ônibus estão funcionando por enquanto, mas o governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse nesta terça-feira que os serviços podem ser interrompidos mais tarde.

"Muitas pessoas escutaram e ficaram em casa, e isso é bom", disse Cuomo a jornalistas. "A situação em Nova York não é tão ruim quanto tinha sido previsto, mas é pior do que em outras partes do estado", afirmou.

"Temos 5.000 máquinas para varrer a neve e mobilizamos 2.000 membros da Guarda Nacional, os estamos movendo para o centro do estado de Nova York (...), onde ainda esperamos 760 mm de neve", acrescentou Cuomo.

A tempestade obrigou a adiar para sexta-feira um encontro em Washington entre o presidente Donald Trump e a chanceler alemã, Angela Merkel, previsto inicialmente para esta terça-feira.

Em Washington DC, estava previsto que uma mistura de granizo e chuva se transformaria em neve na metade da manhã, e que a temperatura cairia para baixo de zero.

As agências do governo federal abrirão três horas mais tarde em DC, e as escolas, com um atraso de duas horas. Os distritos escolares nas vizinhas Maryland e Virgínia permanecem fechados.

- Presos -

Na estação Penn Station de Nova York, todos os trens para Albany, a capital do estado, e para Boston foram cancelados, deixando centenas de passageiros bloqueados, como Andy McKinney, um turista do Arizona de 71 anos, que devia viajar com seu filho para Boston.

"Hoje não vai acontecer nada. Temos que voltar amanhã. Estamos presos. Estamos sozinhos no mar, à deriva", disse McKinney à AFP, antes de começar a buscar um quarto de hotel.

"Não é o fim do mundo, mas é muito inconveniente", afirmou.

Embora o horário de verão tenha começado no sábado, os moradores de Nova York ainda enfrentam temperaturas negativas.

A temperatura na cidade pode cair até -6,7ºC na terça-feira e nos dois ou três dias seguintes. A média para esta época do ano é de 1 a 8ºC.

A pior nevasca da história de Nova York ocorreu em janeiro de 2016, com um balanço de ao menos 18 mortos na costa leste do país. Em um só dia, 23 de janeiro, a cidade teve 690 mm de neve, registrados no Central Park.

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