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Papa ‘tem apoio’ para mudanças em reunião que discute gays

A ênfase do papa Francisco em se concentrar nos aspectos positivos, e não negativos, da sexualidade humana parece ter ganho apoio de muitos bispos durante um sínodo - assembleia que reúne autorida

Membros do alto clero presentes na reunião, que pretende revisar os ensinamentos católicos sobre a família, pediram nesta segunda-feira que a Igreja adote uma postura mais positiva sobre homossexualidade.

Um relatório preliminar escrito por bispos em meio ao sínodo de duas semanas diz que homossexuais têm talentos e qualidades para oferecer à comunidade cristã.

Será que somos capazes de receber essas pessoas e garantir que elas terão um espaço fraterno em nossas comunidades?, diz o documento.

O relatório não contesta o longo histórico de oposição da Igreja ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas alguns grupos de direitos homossexuais consideram as declarações como um avanço.

Grupos conservadores, no entanto, rejeitaram o relatório, considerado por um deles uma traição.

Mais de 200 bispos estão participando do sínodo desde o dia 5 de outubro. O encontro foi convocado pelo papa Francisco para debater aborto, contracepção, homossexualidade e divórcio.

O papa Francisco disse aos jornalistas após a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro no ano passado: Se uma pessoa busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?.

Ele é o primeiro pontífice a usar a palavra gay em público ao invés de homossexual.

Seu antecessor, o papa Bento 16, se referiu aos relacionamentos homossexuais como intrinsecamente desordenados em um documento do Vaticano escrito em 1986 - quando ele era o principal assessor do papa João Paulo 2º.

Avanço ou traição?

O relatório preliminar diz ainda: Sem negar os problemas morais relacionados com as uniões homossexuais, deve-se notar que há casos nos quais a ajuda mútua até o ponto do sacrifício constitui um apoio precioso na vida dos parceiros.

A ONG Human Rights Campaign, uma das principais organizações de direitos homossexuais dos Estados Unidos, diz que o documento traz uma mudança drástica de tom.

O grupo de direitos humanos Quest, baseado em Londres, disse que partes do relatório representam um avanço.

No entanto, a organização conservadora católica Voice Of The Family afirmou que o documento é uma traição. O co-fundador do grupo, John Smeaton, disse que é um dos piores documentos oficiais já escritos na história da Igreja.

No ano passado, uma pesquisa lançada pelo papa Francisco sugeriu que a maioria dos católicos rejeita os ensinamentos da Igreja sobre sexo e contracepção.

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