Buscar

Após delação da JBS, qual o futuro político de Aécio Neves?

Em outubro de 2014, Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu 51,04 milhões de votos no segundo turno da eleição presidencial.

Cb image default
Divulgação

Em outubro de 2014, Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu 51,04 milhões de votos no segundo turno da eleição presidencial. Há menos de duas semanas, o STF (Supremo Tribunal Federal) proibiu o político mineiro de exercer as funções de senador, um dia após a divulgação da informação de que ele teria pedido R$ 2 milhões a donos do frigorífico JBS. Neste contexto, o que esperar para o futuro político do antes presidenciável tucano e neto de Tancredo Neves?

Cientistas políticos analisaram a conjuntura atual para comentar a mudança brusca na carreira do tucano, que, em três anos, perdeu a eleição presidencial mais apertada da história brasileira (ele recebeu a maior votação de um candidato tucano), e em maio teve sua prisão pedida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) --negada pelo STF (Supremo Tribunal Federal)-- e acabou por se afastar da presidência do seu partido para se dedicar sua defesa. A maioria dos especialistas procurados pela reportagem apontam que o destino de Aécio não está definido; contudo, enxergam um caminho distante do Palácio do Planalto.

"Depende de eventual condenação" Para Bruno Reis, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e cientista político, não há certeza na afirmação sobre o suposto fim da atividade política de Aécio. "Eu acho que não, mas [será feita] em outra faixa, provavelmente. A gente decretar mortes políticas é fácil, e a gente sempre quebra a cara. Paulo Maluf 'morreu' politicamente infinitas vezes. Mas o horizonte muda. O cara, depois depois de tomar uma pancada dessas na cabeça, sai do jogo presidencial, por exemplo", avaliou. Com avaliação parecida, Malco Camargos, cientista político e professor da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), disse crer que a atuação do tucano poderá se dar em outra esfera da atividade política. "Vai depender de uma eventual condenação. Se houver uma condenação, já estará definido o que irá ocorrer no futuro próximo por conta dos eventuais oito anos de inelegibilidade", opina.

"Apesar disso, não dá para pensar que a carreira dele será eliminada a partir dessa possibilidade. Há espaço para eventuais candidaturas dele no Legislativo em Minas. Uma possível condenação irá dificultar eleições majoritárias, mas ele continua com grande chance de buscar mandatos dentro da esfera pública e, em um segundo momento, até pleitear novamente uma vaga no Senado. Podemos lembrar do que ocorreu com o [hoje senador Fernando] Collor [de Mello]".

Rudá Ricci, cientista político, diretor do Instituto Cultiva e que mantém um blog sobre política, foi mais contundente e disse não crer na recuperação de Aécio. "O Aécio acabou. Todo o aecismo evaporou. Não vejo como ele poderia se remontar a partir de agora. Se ele for preso, a situação piora bastante. Ele iria se transformar num personagem totalmente isolado. Se ele não for preso, ele ainda tem uma margem de manobra. [Mas] acho que o Aécio é carta fora do BARALHO

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.