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Grávidas com zika tiveram bebês sem microcefalia em SP, aponta novo estudo

Cerca de 28% dos bebês apresentaram alguma alteração, mas nada considerado grave pelos pesquisadores.

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Divulgação

 Um grupo de 55 mulheres diagnosticadas com zika durante a gestação deu à luz a bebês sem microcefalia, aponta estudo da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). A pesquisa revelou que todas as gestantes seguiram com a gravidez até o final e que os bebês nasceram vivos e sem alterações neurológicas graves.

Cerca de 28% dos bebês apresentaram alguma alteração, mas nada considerado grave pelos pesquisadores. Embora alguns tenham nascido com o vírus no organismo, nenhum sintoma do zika se manifestou.

A pesquisa foi apresentada esta semana pelo professor Maurício Lacerda Nogueira, da Famerp, durante o evento Escola São Paulo de Ciência Avançada em Arbovirologia, organizado pela Fundação Paulista de Fomento à Pesquisa (Fapesp), que também financiou o estudo.

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já haviam constatado que 46% das grávidas infectadas com zika no Rio de Janeiro tiveram problemas - 39% deram à luz a crianças com alterações neurológicas graves e 7% não seguiram com a gestação até o fim. Pouco mais de 3% tiveram bebês com microcefalia. Outra pesquisa da Fiocruz em Salvador, em parceria com a universidade norte-americana Yale, apontou nascimento de 10% de bebês com zika durante o pico da epidemia na região, em 2015.

No entanto, a preocupação do estudo da Famerp é com o motivo que teria levado à mudança no quadro das gestantes em São José do Rio Preto, permitindo o nascimento de crianças consideradas normais pelos serviços de saúde, apesar da presença do vírus no organismo. O estudo menciona, inclusive, que pesquisas anteriores quase sempre focavam nos bebês, e não nas mães.

A equipe de Nogueira deve unificar os dados obtidos em diferentes lugares para comparar os quadros das gestantes. A hipótese de populações de vírus geneticamente diferentes no país já foi afastada pelos pesquisadores, que estudam a possibilidade de as mães infectadas também terem contraído rubéola, sifílis ou outras patologias que são conhecidas pelas complicações na gravidez. Na visão dos pesquisadores, a combinação de mais de um vírus poderia favorecer os danos aos fetos.

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