Ex-escudeiro de Cunha e agora de Temer, Carlos Marun PMDB/MS não precisava fazer mais nada para provar que é um dos mais truculentos deputados da atual legislatura, mas ele insiste em confirmar o epíteto a cada vez que se apresenta na tela da TV.
Na segunda-feira 10, investiu duramente contra o relator da denúncia contra Temer, seu colega de PMDB, Sérgio Zveiter: pediu sua cabeça e prometeu tratar da sua expulsão do partido na primeira oportunidade para retaliá-lo por ter relatado contra Temer.
Marun e seus aliados – temeristas? Temerários? - apresentaram um traço em comum na reunião da CCJ: todos falavam aos berros, tentando convencer mais pela altura do tom da voz que por argumentos.
Estavam um tanto ou quanto nervosos, talvez.
Um deles falou em chanchada, sem se aperceber que, sem o querer, estava descrevendo a situação daquele momento, pois tanto ele quanto seus colegas da bancada "fica Temer" pareciam ter recebido o script do advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira.
Eles repetiram praticamente ipsis literis as suas alegações: peça de ficção, chanchada, prova inepta, gravação editada.
Um deles inovou: atribuiu o episódio a uma suposta e indefinida conspiração da esquerda que teria perdido cargos depois que Temer assumiu.
No calor da argumentação, empolgado com a própria eloquência, Mariz cometeu um ato falho contra o seu constituído: repetiu várias vezes que Rocha Loures marcou o encontro de Temer com Joesley.
"Ele marcou, mas não pôde ir", disse Mariz.
Isto se encaixa perfeitamente na narrativa de que o principal motivo do encontro era Temer confirmar a Joesley que a pessoa com quem deveria tratar assuntos no governo, depois de Geddel e Padilha ficarem fora de combate, era Rocha Loures.
Por ALEX SOLNIK
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