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Ataques criminosos a UPPs são ações organizadas e planejadas, diz BeltrameCOMENTE

O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta segunda-feira (10) que os ataques às UPPs do Complexo do Alemão ocorridos há pouco mais de um mês foram ações organizadas e planejadas pelos criminosos que atuam no conjunto de favelas situado na zona norte da capital fluminense.

Na visão dele, ainda não é possível dizer a morte do policial militar Rodrigo de Souza Paes Leme, 33, baleado na última quinta-feira (6) durante patrulhamento na comunidade Nova Brasília, também teria sido orquestrado por traficantes de drogas. Leme foi o terceiro policial militar morto no Alemão em 2014.

Nessas, sim, as pessoas estavam colocadas lá para isso [referindo-se aos atentados de janeiro]. Nesta última ação, ainda não sabemos se houve planejamento. Em função do patrulhamento de rotina, bandidos atiram e correm, disse ele em entrevista à rádio CBN.

No dia 31 de janeiro, o alvo dos criminosos foi a recém-inaugurada delegacia do Complexo do Alemão (45ª DP). Três artefatos explosivos foram lançados contra dois carros particulares de policiais que trabalham no distrito. Alguns dias depois, a policial militar Alda Rafael Castilho morreu no Parque Proletário, na Vila Cruzeiro, numa troca de tiros com traficantes. Outro PM e um casal de moradores da favela ficaram feridos.

Temos problemas no Alemão e tivemos na Rocinha. Temos problemas em áreas com mais de cem mil habitantes. A população criou expectativas de que tudo seria padrão Dona Marta (referindo-se à favela de Botafogo, na zona sul do Rio). Essas pessoas têm que se perguntar: a minha vida mudou com a UPP? Eu tenho certeza que sim. São obstáculos que temos como em qualquer projeto pessoal. A gente não pode perder o foco, afirmou o secretário.

Para Beltrame, as características geográficas da favela fazem com que o patrulhamento nas UPPs seja uma atividade de extremo risco: Eu já levantei isso publicamente e digo que nem a polícia, nem a imprensa e nem o médico foram feitos para trabalhar em becos, lugares onde só cabe uma pessoa por vez. São locais totalmente escuros. É necessária a reconfiguração da favela, para dar acessibilidade à comunidade. Não estou falando em remover as pessoas, mas em criar acessibilidade a todos.

Sete presos

Pelo menos sete pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira em uma operação da Polícia Civil no Complexo do Alemão. Destes, seis foram em função de mandados de prisão e um foi preso em flagrante.

Entre os procurados na operação, está Igor Cristiano Santos de Freitas, 26, acusado de matar o cabo Rodrigo Paes Leme com um tiro de fuzil no peito quando fazia patrulha na favela Nova Brasília.

A comunidade da zona norte do conta com a presença de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) há pouco mais de três anos. O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que não descarta uma nova ofensiva na área, com o apoio das Forças Armadas e da Polícia Federal. Seiscentos homens estariam disponíveis.

A operação de hoje conta com homens da 45ª DP (Complexo do Alemão), Delegacia de Combate às Drogas, de Homicídios da Capital e Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), com o apoio da Polícia Militar.

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