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Campanha da Fraternidade se engaja na luta contra o Aedes aegypti em MS

Assunto da campanha deste ano, que é ecumênica, é o saneamento básico.Epidemia de dengue acabou impondo ação dentro da campanha.

A Campanha da Fraternidade tem como assunto em 2016 a situação do saneamento básico no Brasil. Entretanto, em meio a uma epidemia de dengue e ao risco de disseminação de casos de zika e de chikungunya, que também têm o mosquito Aedes aegypti como vetor de transmissão, o combate ao inseto foi excepcionalmente incluído na agenda da iniciativa em Campo Grande.

A inserção de ações visando conscientizar a população sobre como evitar a reprodução do mosquito foi  revelada na manhã desta quarta-feira, pelo arcebispo de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa, no lançamento da Campanha da Fraternidade deste ano. “Essas ações [conscientização da população sobre o Aedes aegypti] não estão previstas no texto básico da campanha, mas a realidade nos impõe isso”, diz.

Dom Dimas explica que já neste domingo (14), quando será promovida a abertura oficial da campanha em Campo Grande, com um evento a partir das 9h (de MS) no ginásio poliesportivo Dom Bosco, haverá a conclamação para que voluntários da Igreja Católica e também de outras igrejas cristãs que participam da iniciativa este ano, que pela quarta vez na história é ecumênica, se engajem nas ações contra o mosquito.

Depois, no dia 18 de fevereiro, às 15h (de MS), haverá a capacitação para as pessoas que forem trabalhar no grande mutirão contra o mosquito que vai ocorrer no dia 27 de fevereiro. Esse treinamento será voltado para os voluntários, membros das igrejas que integram o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), que foi o responsável pela campanha deste ano, além de integrantes de outras igrejas e religiões que queiram participar da mobilização.

“Em Campo Grande, a maior parte das igrejas evangélicas são pentecostais. Estamos de braços abertos a elas, para que participem também desta mobilização, que é ecumênica”, ressalta.

Já para o mutirão, o arcebispo antecipa que pretende contar também com o apoio do poder público, da população e de entidades da sociedade civil organizada. “Sabemos que não acabaremos com o mosquito em um dia. Mas precisamos despertar e mobilizar todos para o problema”, afirma.

No trabalho contra o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, dom Dimas diz que pode tanto utilizar o material que vem sendo distribuído pelas entidades que serão parceiras na iniciativa, como o governo do estado, quanto produzir peças próprias.

Esse material informativo pode ser divulgado tanto pelas paróquias e outras igrejas que participam das campanha, quanto antes das celebrações, no momento dos avisos, antes das missas e cultos.

Tamanho da epidemiaEntre os dias 3 e 30 de janeiro foram notificados em Mato Grosso do Sul 12.219 casos suspeitos de dengue. A média nestes 28 dias de 2016 foi 436,39 registros diários, 18,18 por hora e 1 a cada 3,2 minutos, segundo cálculos do G1 com base nas informações do mais recente Levantamento Epidemiológico da secretaria estadual de Saúde.O levantamento aponta ainda que 39 dos 79 municípios do estado têm alta incidência de casos suspeitos da doença neste início de ano, com mais de 300 casos por 100 mil habitantes.  A cidade com maior incidência de dengue em Mato Grosso do Sul neste primeiro mês do ano foi Dois Irmãos do Buriti, que com 172 registros notificados, para uma população de 10.793 habitantes, contabilizou a incidência de 1.593,6.Em números totais de casos, os municípios com maior quantidade de notificações no período foram: Campo Grande, com 5.464 registros, seguido por Dourados, com 612, Ponta Porã, com 458, Coxim, com 332, Três Lagoas, com 318 e Paranaíba, com 308. Somente na última semana de janeiro, do dia 24 ao dia 30, foram 1.804 notificações.

Discussão sobre saneamentoEm relação ao tema da Campanha da Fraternidade, o arcebispo de Campo Grande diz que ele foi escolhido há dois anos. Ele cita que o texto base da iniciativa ressalta que saneamento público é um direito fundamental e estimula a união de esforços entre a sociedade civil e o poder público no planejamento e na prestação de serviços. Por essa razão foi inserido de forma ecumênica, mostrando que a problemática do saneamento básico atinge todas as pessoas, independente da religião que seguem.

Dom Dimas aponta que com o tema “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”, o assunto levará a uma série de discussões sobre o saneamento básico na capital sul-mato-grossense.

“Especificamente sobre Campo Grande deveremos discutir o uso racional da água, acesso a rede de água e tratamento de esgoto, a situação das pessoas que não contam com esses serviços, a maior difusão do direito da tarifa social para os mais carentes, a situação do aterro sanitário e a necessidade da coleta seletiva de lixo, entre outros”, apontou o arcebispo, apontado que os debates deverão ser fomentados por meio de audiências públicas, eventos, solenidades e debates, em locais como Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores, entidades da sociedade civil e instituições de ensino.

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