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Com juros altos e crise, campo-grandense fica no carro-velho

Auge de emplacamentos foi em 2011

Com um momento de instabilidade econômica e política, os sul-mato-grossenses estão ‘pisando no freio’ na hora de investir. Diferente do auge que aconteceu em 2011, a procura pelo carro novo diminuiu no Estado. Prova disso está nas ruas. Mato Grosso do Sul tem uma frota de 1,419 milhão de veículos, destes 65% fabricados antes de 2010.

O auge do setor automobilístico em Mato Grosso do Sul se deu em 2011, época em que 94.437 veículos foram emplacados. De lá pra cá, as vendas caíram 44%.

De acordo com o presidente da Fenabrave-MS (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Cristiano Gionco, a explicação está na crise, vivida não apenas pelo segmento automotivo, mas por todos. As pessoas estão deixando de comprar por falta de confiança na economia e política nacional. Há uma crise instalada e por conta disso as pessoas sentem muito receio em comprar um carro novo. Existem pessoas que, mesmo empregadas, tem a sensação que podem perder tudo a qualquer momento”, explica.

Em 2015 foram emplacados 52.950 veículos em Mato Grosso do Sul, entre automóveis leves, motocicletas, ônibus, caminhões, e outros. E o resultado não é animador para o setor, é o menor volume de vendas em uma década.

“Quem tem dinheiro, está pensando duas vezes em investir. A gente não sabe o que vai acontecer amanhã. A tendência do carro é desvalorizar, e não o contrário. Por isso, está difícil comprar um carro novo”, afirma o sorveteiro Cláudio Santos, 47, que tem um Uno 2010, e não pensa em comprar um novo “tão cedo”.

O administrador José Luiz da Silva, 35, é da mesma opinião. “Eu prefiro manter meu gol 2009 por agora, vai saber como vai ser daqui pra frente? Não sei nem se vou estar empregado ano que vem. Melhor garantir o que eu já tenho, manter, do que investir”, diz ele.

Domingos Mendes, de 62 anos, negocia veículos seminovos. Para ele, o mercado de novos está complicado devido à instabilidade econômica. “Para negociar um novo tem que ter dinheiro e não se importar com o quanto vai perder. Porque para financiar um carro novo hoje em dia você compra um, paga dois. O seminovo compensa sim em relação a um novo, que só de sai da garagem já desvaloriza”, pontua.

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