Um corpo foi localizado na madrugada desta quinta-feira (26) perto do distrito Ponte do Gama, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, de acordo com os bombeiros. A localidade é uma das atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, no último dia 5. Após a tragédia, este é o 13º corpo resgatado pelas equipes de buscas em regiões afetadas pela lama. Do total, oito foram identificados e são oficialmente considerados vítimas do desastre.
Além deste último corpo encontrado, outros quatro aguardam identificação e, somente após este procedimento, podem vir a ser relacionados à tragédia, segundo a Polícia Civil.
A barragem de Fundão pertence à mineradora Samarco, cujas donas são a Vale e anglo-australiana BHP. Ela se rompeu, liberando mais de 35 milhões de m³ de rejeitos na região. O mar de lama destruiu o distrito de Bento Rodrigues, afetando também Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, em Mariana, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce.
Os rejeitos também atingiram dezenas de cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo, contaminando o Rio Doce. Após a tragédia, o número oficial de desaparecidos é de 11 pessoas.
A Samarco ainda não explicou o que provocou o rompimento da barragem de Fundão. As causas e a responsabilidade pelo ocorrido são investigadas em inquérito da Polícia Civil. Até a tarde desta quarta-feira (25), 12 pessoas entre técnicos da mineradora, vítimas e testemunhas haviam sido ouvidas. Outros dez depoimentos estavam previstos para esta semana. A Polícia Federal também abriu investigação e apura o dano ambiental que atingiu o Rio Doce, que banha Minas Gerais e o Espírito Santo.
Risco em outras barragensA Samarco afirmou no dia 16 deste mês que, diferentemente do que havia informado no dia 5 de novembro, quando disse que duas barragens entraram em colapso, a barragem do Fundão foi a única a se romper.
Segundo a mineradora, houve galgamento na barragem de Santarém, ou seja, ela transbordou com os rejeitos da barragem de Fundão, mas o maciço remanescente está íntegro mesmo estando parcialmente erodido.
Eles ainda admitiram no dia 17 de novembro que há risco de rompimento nas barragens de Santarém e Germano que ficam perto de Fundão.
Nesta quarta-feira (25), a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente em Minas Gerais abriu um inquérito civil público para investigar a estabilidade das barragens da mineradora Samarco. O Ministério Público Estadual também conduz outro inquérito para apurar as causas do acidente.
Bens bloqueados e multasCom relação ao desastre de Mariana, a Samarco teve R$ 300 milhões bloqueados pela Justiça, foi multada em R$ 250 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), já a Subsecretaria Estadual de Fiscalização de Meio Ambiente aplicou uma multa de R$ 112.690.376,32. Também em um acordo firmado com os Ministérios Públicos Federal e de Minas Gerais, a Vale e a BHP terão de fazer um fundo de R$ 1 bilhão. Todos estes montantes são para reparar os danos ambientais e sociais provocados na tragédia.
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