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CPI aprova convocação do presidente do Instituto Lula

Deputados impõem derrota ao PT no dia da abertura do congresso do partido, em Salvador

A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira a convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para explicar o recebimento de R$ 3 milhões em doações da empreiteira Camargo Corrêa entre 2011 e 2013. A convocação é uma derrota para o PT no dia da abertura do congresso nacional do partido.

Os deputados também querem que Okamotto explique o repasse de R$ 1,5 milhão da mesma empresa, que recebeu R$ 2 bilhões da Petrobras durante o período, para a Lils Palestras Eventos e Publicidade, que pertence ao ex-presidente Lula.

Além da convocação, os deputados aprovaram em bloco outros requerimentos desfavoráveis ao PT, como a acareação do ex-tesoureiro João Vaccari Neto com Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, delatores da Lava Jato, e a transferência de sigilos do ex-ministro José Dirceu e da empresa dele, JD Constultoria.

Outro requerimento que envolve Dirceu é o que convoca Milton Pascowitch, apontado como operador da empresa Engevix. A CPI também aprovou uma acareação dele com o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.

Pascowitch é suspeito propina para a diretoria de Serviços da Petrobras, ligada ao PT e controlada por Renato Duque até 2012. A Polícia Federal também encontrou, durante a operação Lava Jato, registros de pagamentos de mais de R$ 1 milhão por uma empresa de Pascowitch à JD Consultoria, empresa de José Dirceu.

Deputados reclamam de blindagem

Para evitar a convocação do presidente do Instituto Lula, petistas utilizaram diversas manobras na CPI, mas o presidente dos trabalhos, Hugo Motta (PMDB-PB) agiu para acelerar a votação, impondo a aprovação de um bloco de 140 requerimentos. O deputado Afonso Florence (PT-BA) reclamou de uma tentativa de desgastar o PT no dia do congresso do partido.

“Não pode transformar a CPI em tiro ao alvo ao PT, visando às eleições de 2016, 2018, no dia da abertura do nosso congresso”, disse, em referência ao evento em Salvador.

Hugo Motta foi acusado por deputados de blindar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já que a CPI não votou um requerimento pela convocação da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), autora de um requerimento pelo qual o peemedebista é investigado na Lava Jato. Logo após a votação dos 140 requerimentos em bloco, a Câmara abriu sessão de votações no plenário, o que impede a análise de matérias na comissão. 

É evidente que tem uma blindagem escancarada, um acordo para não votar isso aqui, reclamou Ivan Valente (Psol-SP), autor do pedido.

A suspensão das votações, no entanto, favoreceu o PT. Um dos requerimentos na extra-pauta pedia a quebra de sigilo bancário do Instituto Lula e da empresa do ex-presidente.

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