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De paraguaio a libanês, população de Dourados tem diferentes povos

Segunda maior cidade de MS completa 80 anos no dia 20 de dezembro.População foi formada por famílias em busca de oportunidade de trabalho.

Em 80 anos de história, Dourados, cidade a 214 km de Campo Grande, acolheu gente de várias culturas diferentes que vão em busca de oportunidade. Parte dessas pessoas chegam em busca de crescimento profissional e cada um que chega traz junto sua história e cultura. Essas misturas transformam a cada da cidade e ajudam a compor a população com povos diversos.

Os cerca de 210 mil pessoas que atualmente vivem na cidade, 55% se identificam como branca, 35% como parda, quase 9% se denomina preta ou indígena e pouco mais de 1,5% se enquadram como amarela.

De paraguaios a libaneses, passando por nordestinos e gaúchos, o povo de Dourados carrega mistura de rostos e características culturais diferentes. Os indígenas foram os primeiros habitantes do local. As aldeias Jaguapiru e Bororó foram a maior reserva indígena urbana do Brasil, com mais de 13 mil índios das etnias guarani, kaiowá e terna. Eles vivem em uma área de pouco mais de 3,5 mi hectares e os costumes e a língua desse povo estão enraizados na cultura e na história do município.

A 100 km da fronteira com o Paraguai, parte das terras do município foram disputadas entre Brasil e o país vizinho. A guerra terminou há bastante tempo e o resultado desse encontro permanece até hoje: a Praça Paraguaia, uma homenagem à cultura irmã que tanto influencia nos costumes locais.

Perto dali mora Irene e Ramão Bobadilha, paraguaios que encontraram em Dourados oportunidades melhores de vida. Eles chegaram ainda jovens e criaram 8 filhos em solo brasileiro, mas nunca deixaram de cultivar as raízes. Preservar a tradição sempre foi uma preocupação do casal, que busca reunir a família para matar saudade de terra natal.

Outra cultura que veio de longe foi a nordestina. Pouca gente sabe, mas foram os nordestinos que ajudaram a fundar a Colônia Nacional de Dourados (Cand), que deu origem à cidade. O monumento ao colono é uma homenagem aos desbravadores do oeste do Brasil. A obra foi entregue há 23 anos e foi projetada para representar o mapa da colônia no chão. Cada floreira indica os distritos e as cidades que surgiram através do Cand e no centro estão as mãos dos trabalhadores que ergueram casas e escolheram essa terra para começarem uma nova vida.

De fora do Brasil, a família Mohamed Ghadie atravessou o oceano em busca de oportunidades. Seo Mohamed veio com a esposa e quatro filhos de Beirute, capital do Líbano, em 1962. A viagem de barco durou um mês e não sai da memória da família. Foram momentos difíceis, desde o deslocamento até a adaptação. Primeiro se instalaram no Paraná, depois em Mato Grosso do Sul, onde a família cresceu.

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