Em 80 anos de história, Dourados, cidade a 214 km de Campo Grande, acolheu gente de várias culturas diferentes que vão em busca de oportunidade. Parte dessas pessoas chegam em busca de crescimento profissional e cada um que chega traz junto sua história e cultura. Essas misturas transformam a cada da cidade e ajudam a compor a população com povos diversos.
Os cerca de 210 mil pessoas que atualmente vivem na cidade, 55% se identificam como branca, 35% como parda, quase 9% se denomina preta ou indígena e pouco mais de 1,5% se enquadram como amarela.
De paraguaios a libaneses, passando por nordestinos e gaúchos, o povo de Dourados carrega mistura de rostos e características culturais diferentes. Os indígenas foram os primeiros habitantes do local. As aldeias Jaguapiru e Bororó foram a maior reserva indígena urbana do Brasil, com mais de 13 mil índios das etnias guarani, kaiowá e terna. Eles vivem em uma área de pouco mais de 3,5 mi hectares e os costumes e a língua desse povo estão enraizados na cultura e na história do município.
A 100 km da fronteira com o Paraguai, parte das terras do município foram disputadas entre Brasil e o país vizinho. A guerra terminou há bastante tempo e o resultado desse encontro permanece até hoje: a Praça Paraguaia, uma homenagem à cultura irmã que tanto influencia nos costumes locais.
Perto dali mora Irene e Ramão Bobadilha, paraguaios que encontraram em Dourados oportunidades melhores de vida. Eles chegaram ainda jovens e criaram 8 filhos em solo brasileiro, mas nunca deixaram de cultivar as raízes. Preservar a tradição sempre foi uma preocupação do casal, que busca reunir a família para matar saudade de terra natal.
Outra cultura que veio de longe foi a nordestina. Pouca gente sabe, mas foram os nordestinos que ajudaram a fundar a Colônia Nacional de Dourados (Cand), que deu origem à cidade. O monumento ao colono é uma homenagem aos desbravadores do oeste do Brasil. A obra foi entregue há 23 anos e foi projetada para representar o mapa da colônia no chão. Cada floreira indica os distritos e as cidades que surgiram através do Cand e no centro estão as mãos dos trabalhadores que ergueram casas e escolheram essa terra para começarem uma nova vida.
De fora do Brasil, a família Mohamed Ghadie atravessou o oceano em busca de oportunidades. Seo Mohamed veio com a esposa e quatro filhos de Beirute, capital do Líbano, em 1962. A viagem de barco durou um mês e não sai da memória da família. Foram momentos difíceis, desde o deslocamento até a adaptação. Primeiro se instalaram no Paraná, depois em Mato Grosso do Sul, onde a família cresceu.
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