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Dilma garantiu a Collor presidência e diretorias da BR Distribuidora, diz Cerveró

Após reunião com ex-presidente na Casa da Dinda, delator disse ter percebido que Collor controlava a subsidiária da Petrobras

Delator da Operação Lava Jato, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró disse aos investigadores que o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) disse a ele por volta de setembro de 2013 que a presidente Dilma Rousseff (PT) lhe garantiu que a presidência e as diretorias da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, estavam à disposição do parlamentar. Aliado do desgastado governo petista, Collor já foi denunciado na Operação Lava Jato e é suspeito de ter embolsado milhões de reais em propina no esquema do petrolão.

Segundo a delação de Nestor Cerveró, o ex-ministro do governo Collor e operador financeiro do senador, Pedro Paulo Leoni Ramos, chamou o próprio ex-diretor da Petrobras a Brasília para uma reunião na notória Casa da Dinda e no encontro relatou a suposta garantia dada pela presidente Dilma. Ainda conforme o delator, Collor informou na ocasião que não tinha interesse em mexer na presidência da BR nem nas diretorias da subsidiária preenchidas por indicação do PT, como o então presidente José Andrade Lima Neto, o então diretor de Mercado Consumidor Andurte de Barros Duarte Filho e o próprio Cerveró. Neste momento, o delator disse ter sido irônico e agradecido a atitude de Collor.

O episódio, contudo, acabou provocando mal estar entre o ex-diretor da Petrobras e o senador alagoano. Conforme relato de Pedro Paulo Leoni Ramos, Fernando Collor de Mello havia ficado chateado com a ironia do declarante, uma vez que pareceu que o declarante estava duvidando de que Fernando Collor de Mello havia falado com Dilma Rousseff.

Na versão apresentada por Nestor Cerveró, ele percebeu, após o encontro na Casa da Dinda, que 

Fernando Collor de Mello realmente tinha o controle de toda a BR Distribuidora e que foi mantido na empresa para que não atrapalhasse os negócios. O esquema protagonizado por Fernando Collor e Leoni Ramos envolvia, segundo Cerveró, a base de distribuição de combustíveis de Rondonópolis/MT e o armazém de produtos químicos de Macaé/RJ.

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