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Dólar bate máxima da sessão sobre o real após Fitch rebaixar Brasil

Na véspera, moeda caiu 0,24%, a R$ 3,8765 para venda.No mês de dezembro, o dólar acumula perda de 0,23%.

O dólar ampliou a alta e bateu a máxima da sessão em relação ao real nesta quarta-feira (16) após a Fitch se tornar a segunda agência de classificação de risco a retirar o selo de bom pagador internacional do Brasil, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Às 13h39, a moeda norte-americana subia 1,85%, a R$ 3,9484, após atingir a máxima a R$ 3,9676 com o rebaixamento, mas reduzir o avanço em seguida e voltar a operar abaixo de R$ 3,95. Veja a cotação do dólar hoje. Acompanhe a cotação ao longo do dia:Às 9h09, subia 1,8%, a R$ 3,9464.Às 9h29, subia 1,89%, a R$ 3,95.Às 9h50, subia 1,65%, a R$ 3,9408.Às 10h, subia 1,63%, a R$ 3,9399.Às 10h39, subia 1,54%, a R$ 3,9364.Às 10h59, subia 1,42%, a R$ 3,9316.Às 11h39, subia 1,45%, a R$ 3,933.Às 12h19, subia 1,57%, a R$ 3,9376.Às 12h39, subia 1,89%, a R$ 3,9499.Às 13h10, subia 1,8%, a R$ 3,9466.A última vez que a moeda fechou perto de R$ 3,95 foi no dia 21 de outubro, quando foi cotada em R$ 3,9430 ao final da sessão. O dólar fechou em seu maior valor no ano no dia 23 de setembro, quando atingiu R$ 4,1461.

O principal índice da Bovespa também acelerou as perdas imediatamente após a Fitch cortar o nota de crédito do Brasil, mas o mercado acionário retomava o nível anterior ao anúncio da agência de classificação de risco. Às 14h04, o Ibovespa caía 0,67%, a 44.572 pontos. Na mínima, chegou a recuar 1,7%. Veja cotação.Era uma certeza, a Fitch só ganhou a corrida. Agora, a Moodys está atrasada para a festa, disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

A Fitch cortou a nota de crédito do Brasil para BB+, contra BBB-, citando a recessão mais profunda do que o esperado, o quadro fiscal e a incerteza política. A Standard & Poors havia rebaixado o país para grau especulativo em setembro e, na semana passada, a Moodys ameaçou fazer o mesmo em breve.

Muitos fundos são obrigados a vender seus ativos brasileiros quando pelo menos duas importantes agências retiram o grau de investimento do país. No entanto, operadores ressaltaram que a decisão já era esperada e parte relevante desse ajuste já foi feito no mercado.Meta fiscal e FedO dólar já havia operado em alta firme desde o início da sessão, após o governo abrir a possibilidade de zerar sua meta fiscal para o ano que vem apesar dos pedidos do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e antes da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o rito de tramitação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

A redução da meta fiscal enfraquece cada vez mais o Levy. A permanência dele no governo parece estar com as horas contadas, disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa. Ele acrescentou que o mercado deve operar volátil também antes da esperada alta dos juros norte-americanos após o fechamento dos negócios, a primeira em quase uma década.

Na noite passada, foi divulgado que a meta de superávit primário do setor público consolidado seria reduzida para cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), com a possibilidade de que o objetivo seja zerado com abatimentos.

Levy já havia se manifestado abertamente muitas vezes contra a mudança da meta de superávit e até ameaçou, nos bastidores, deixar o cargo caso fosse alterada. O ministro vem encabeçando a campanha pela austeridade fiscal e investidores entendem sua eventual saída do governo como um sinal de mais atrasos no reequilíbrio das contas públicas.

O movimento nos mercados também era acentuado pela ansiedade antes da sessão do STF que decidirá sobre o rito do processo de impeachment contra Dilma. De maneira geral, a campanha pelo afastamento da presidente tem sido bem recebida nos mercados, mas muitos se preocupam com os impactos econômicos da incerteza política.

Completava o quadro de cautela a aguardada reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que termina após o encerramento dos negócios. Operadores dão como certo que os juros serão elevados, com a reação dos mercados dependendo da sinalização do Fed sobre os próximos aumentos.

Eu acredito que ele (Fed) deve reforçar que vai ser bastante cauteloso com as próximas altas e isso pode evitar altas mais fortes do dólar, disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.VésperaNa véspera, o dólar caiu 0,25%, a R$ 3,8765, após subir nas três últimas sessões e acumular avanço de 4%. No mês de dezembro, o dólar acumula perda de 0,23%. Em 2015, no entanto, sobe 45%.

Intervenção do BCPela manhã, o Banco Central deu sequência à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 6,565 bilhões, ou cerca de 61% do lote total, que corresponde a US$ 10,694 bilhões.

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