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Dólar dispara 1,9% e bate em R$ 3,22 nesta sexta-feira

Por volta das 10h55, a moeda era cotada a R$ 3,2236 na venda, após subir em oito das últimas nove sessões

 Seguindo a trajetória dos últimos dias, o dólar opera com forte alta nesta sexta-feira. A moeda norte-americana avançava 1,96% por volta das 10h55, cotada a R$ 3,2236 na venda, após subir em oito das últimas nove sessões e acumular alta de mais de 10% desde o início do mês.

Na máxima do dia, atingiu R$ 3,2279, alta de 2,10%.

A bolsa, por outro lado, abriu o dia em baixa. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), caía 1,83%, a 47.988 pontos, às 10h10.

Na quinta-feira, o dólar atingiu o maior nível desde 14 de junho de 2004, ao subir 1,08%, a R$ 3,1615 na venda.

Desde o início do ano, o dólar subiu cerca de 5% contra os pesos mexicano e chileno, 7% ante o rand sul-africano e 13% contra a lira turca, mas avançou em torno de 20% em relação ao real.

Ambiente conturbado

O nosso horizonte está muito ruim e, para piorar, tem as manifestações no fim de semana, disse o estrategista da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno, referindo-se aos protestos em favor do impeachment de Dilma. O investidor estrangeiro diz: vou sair por enquanto e volto quanto tudo se resolver e isso estressa o mercado.

A principal preocupação é que, à medida que a popularidade da presidente Dilma Roussseff cai e cresce a rebeldia na base governista no Congresso, torna-se cada vez mais custoso para o governo implementar as dolorosas medidas de ajuste fiscal e resgatar a credibilidade da política fiscal brasileira.

Essa perspectiva tem sido corroborada também pelos desdobramentos do escândalo bilionário de corrupção na Petrobras, que vem assustando investidores estrangeiros.

Os ruídos em torno do futuro do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio completavam o quadro de apreensão doméstica. O BC vem vendendo swaps cambiais diariamente desde agosto de 2013 para oferecer proteção cambial e limitar a volatilidade, em um programa marcado para durar pelo menos até o fim deste mês.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, equivalentes a uma posição vendida de US$ 97,5 milhões. Foram vendidos 1.050 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 950 para 1º de março de 2016.

O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril, que equivalem a US$ 9,964 bilhões, com oferta de até 7,4 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária rolou cerca de 32% do lote total.

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