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Dólar fecha em alta, mas acumula queda de mais de 3% no mês

Moeda encerrou o pregão com valorização de 0,44%, a R$ 2,2694.Dólar fechou março com maior queda mensal em 6 meses, 3,22%.

Em dia de sobe e desce, o dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira (31), em um movimento de correção após as fortes quedas recentes e diante de avaliações de que o Banco Central brasileiro não estaria confortável com as atuais cotações.

O dólar fechou o último pregão do mês com avanço de 0,44%, a R$ 2,2694 na venda. No mês, entretanto, a divisa acumulou queda de 3,22%, o maior recuo desde setembro passado. Veja cotação

No ano, a baixa somou 3,74%.

Especialistas esperam que o BC continue com suas atuações no mercado de câmbio, mas talvez um pouco mais moderadas, preocupado com o impacto do dólar mais fraco sobre as exportações. Para eles, o piso informal para o câmbio estaria entre R$ 2,25 ou R$ 2,30, destaca a Reuters.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2 bilhões.

Está claro que o BC não quer que o real se aprecie demais. De uma certa maneira, a ideia dos swaps era evitar que o real perdesse muita força e se ele não está recuando, a lógica é que não são necessários mais tantos swaps, afirmou á Reuters o economista da 4Cast Pedro Tuesta.

A estratégia de intervenções do BC no câmbio tem levantado dúvidas nas mesas de câmbio nas últimas sessões. O mais recente ponto de interrogação veio porque a autoridade monetária não rolou integralmente os swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, que vencem nesta terça-feira.

A venda de swaps cambiais é uma estratégia que vem sendo utilizada pelo Banco Central desde junho do ano passado para não deixar o dólar disparar. A instituição oferece dólares no mercado futuro e se compromete a pagar aos interessados, em data pré-fixada, o valor em reais corrigidos pela taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, atualmente em 10,75% ao ano.

Quando chega a data de encerramento do contrato, o BC pode rolá-los, isto é, voltar a negociá-los, mostrando ao mercado que continua no esforço de manter a oferta de dólares. A lógica da operação é garantir a oferta de dólares no país e o Banco Central registrar lucro com estas operações quando há queda na cotação da moeda norte-americana.

Atuação do Banco CentralRestaram cerca de 55 mil contratos a serem rolados, do lote equivalente a US$ 10,148 bilhões. Foi a segunda vez que isso aconteceu desde que teve início o programa de intervenções diárias, em agosto do ano passado. A última rolagem parcial foi a do lote de novembro do ano passado, quando o dólar era negociado abaixo de R$ 2,20.

Se o dólar tivesse voltado acima de R$ 2,30, acredito que o BC teria continuado com a rolagem, opinou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Jaime Ferreira, para quem cotações abaixo desse patamar prejudicam as exportações e o piso informal ainda é de R$ 2,30.

Nesse cenário, cresceram as expectativas de que a autoridade monetária também não role integralmente o próximo lote de swaps, que vence em 2 de maio e equivale a US$ 8,733 bilhões.

Acho que o BC vai fazer rolagens menores daqui para frente. O fluxo está muito positivo e a reação do mercado hoje foi pequena demais para fazer o dólar voltar a subir de forma consistente, afirmou o tesoureiro de um banco internacional.

Ingresso de dólares do paísEspecialmente nas últimas semanas, o Brasil tem recebido forte ingresso de divisas do exterior. Nesta sessão, a JBS foi a mais recente empresa a captar lá fora, lançando US$ 750 milhões em bônus no exterior.

A rolagem parcial ajuda o mercado a formar um piso em torno desse R$ 2,25. Dá um respaldo para a moeda. Para romper esse nível, vai precisar de algum fato novo, disse à Reuters o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

No entanto, a estratégia de abrandamento da ação do BC para rolagens de swaps, segundo especialistas, não vale para suas intervenções diárias que, desde o início do ano, são de leilões de até 4 mil novos contratos de swaps.

Nesta sessão, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps, todos com vencimento em 1º de dezembro deste ano e volume equivalente a US$ 198,5 milhões. A autoridade monetária também ofertou contratos para 2 de março, substituindo o vencimento em 1º de outubro ofertado nos leilões anteriores, mas não vendeu nenhum.

BC dos EUA

Nesta sessão, o fortalecimento do dólar chegou a perder força no fim da manhã, após a presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Janet Yellen, defender fortemente as políticas expansionistas do BC dos EUA, aliviando um pouco da preocupação que tem assombrado os mercados desde que ela sugeriu que poderia elevar as taxas de juros já em 2015.

Na primeira metade do pregão, o mercado operou ainda sob a briga pela formação da taxa Ptax de março, calculada pelo BC e que serve de referência para diversos contratos cambiais. A Ptax fechou a 2,2624 reais para compra e a R$ 2,2630 para venda.

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