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Dólar recua ante o real, de olho em Moodys e China

Mercado segue atento também a cenário local e desvalorização do iuan.Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,59%, a R$ 3,4978.

O dólar opera em baixa ante o real nesta quarta-feira (12), após a Moodys rebaixar a nota de crédito do Brasil ao último degrau antes do grau especulativo, mas atribuir perspectiva estável à classificação.A moeda dos Estados Unidos também recuava em relação a outras moedas, com a depreciação do iuan, moeda da China, alimentando dúvidas sobre se o Federal Reserve elevará os juros no mês que vem.

Por volta das 15h30, a moeda norte-americana caía 0,6%, a R$ 3,4767. Veja cotação. Na mínima da sessão, a divisa chegou a recuar mais de 1%, a R$ 3,4460.

A moeda norte-americana abriu em baixa após Moodys atribuir perspectiva estável à nota de crédito do Brasil, sinalizando que o país não deve perder sua classificação de bom pagador em breve mesmo após a agência de risco rebaixá-lo ao último degrau antes do grau especulativo.O mercado está bem cauteloso, ainda. Toda vez que (o dólar) cair bastante, o mercado vai aproveitar e comprar um pouco, disse à Reuters o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Ele lembrou os recentes atritos entre o Legislativo e o Executivo, que vêm injetando volatilidade nos mercados nas últimas semanas. Na véspera, a presidente Dilma Rousseff recebeu bem as propostas do presidente do Senado, Renan Calheiros, para enfrentar a crise econômica, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, reagiu e criticou a estratégia do governo de concentrar no Senado os esforços de reconstrução de sua base de apoio.

Após o fechamento dos mercados na sessão passada, a Moodys piorou o rating do Brasil para Baa3, contra Baa2, igualando-se à classificação da Standard & Poors. A S&P, no entanto, atribui perspectiva negativa à nota, o que havia corroborado as apostas de que a Moodys faria o mesmo ou poderia até mesmo rebaixar o país diretamente para o grau especulativo.

Boa parte do mercado já esperava que a Moodys rebaixasse o Brasil, mas a maioria imaginava que a perspectiva seria negativa, explicou à Reuters o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

Nos mercados internacionais, a moeda norte-americana revertia parte do avanço da véspera, que veio após a China surpreender os mercados ao desvalorizar sua moeda. Nesta sessão, no entanto, predominava a interpretação de que a alta do dólar pode servir de entrave à recuperação dos EUA, levando o Fed a pensar duas vezes antes de elevar os juros no mês que vem. Isso colabora para um movimento de baixa do dólar já que o Fed, banco central dos EUA, aguarda sinais de força econômica para subir os juros no país. Juros mais altos nos EUA tendem a atrair para o país recursos atualmente aplicados em mercados como o Brasil, motivando uma tendência de alta do dólar.

O Scotiabank ressaltou em nota a clientes preocupações fundamentais sobre o momento e o tamanho da normalização da política monetária do Fed à luz dos riscos ao crescimento e à inflação globais.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade ao seu programa de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, com oferta de até 11 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

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