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‘Ele ficou assustado e foi embora’, diz mestre de lutador sequestrado no Rio

Neozeolandês foi sequestrado por na Linha Vermelha no sábado (23).Polícia investiga a participação de dois PMs no crime.

Com medo, o lutador de jiu-jistu neozeolandês Jay Lee, que foi vítima de sequestro no sábado (23), deixou o Rio de Janeiro, segundo o professor Júlio Cesar Pereira. "Ele ficou com medo, né, assustado e foi embora. Ele falou comigo depois de viajar, quando chegou lá (no Canadá). Disse que ficou realmente complicado pra ele ficar no Brasil. Ele está no Canadá com a namorada, vai passar uns 10 dias lá e depois voltar pro país dele", afirmou o mestre.

Jay teria sido sequestrado por policiais militares, que foram presos após o crime. De acordo com Júlio, mestre de Jiu-Jitsu da academia GFTeam, no Méier, onde o neozelandês treinava, o rapaz sempre ajudava outros atletas. "Ele é muito tranquilo e ajuda muitos os atletas daqui que não tem grana para viajar em competições", afirmou

A prática do esporte irá continuar no retorno à Nova Zelândia. "Ele vai continuar lutando e fazendo parte da equipe, só que agora de lá", disse Júlio César. O sequestro aconteceu na Linha Vermelha, quando Jay voltava de uma competição de jiu-jitsu em Resende, no sul do estado.

Sequestro de Jay Lee foi destaque na imprensa da Nova Zelândia (Foto: Reprodução/NZHerald.com)

Lutador deu R$ 2 mil a sequestradoresEm depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o lutador neozeolandês contou em detalhes como aconteceu o sequestro, que teria sido praticado por policiais militares. O atleta chegou a dar R$ 2 mil para que os policiais o libertassem. Em uma rede social, Lee contou que foi sequestrado por "homens fardados".

Segundo o depoimento, os PMs, que o abordaram em uma blitz, alegaram que o neozelandês não poderia dirigir sem o passaporte e precisaria ir até a Polícia Federal para fazer um registro e pagar uma multa ou que poderia pagar diretamente aos PMs a quantia de R$ 2 mil. Em seguida, o atleta foi orientado a seguir duas motos até um posto da polícia, onde teve que entrar em um carro particular até Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e conseguiu sacar R$ 1 mil.

Ainda de acordo com o depoimento, Jayson foi levado, dentro do carro, a outro banco, onde sacou os outros R$ 1 mil que faltavam. Depois disso, ele contou que foi levado de volta ao posto policial onde entregou o dinheiro. O lutador terminou o depoimento dizendo que foi liberado para seguir viagem e apresentou o comprovante do saque.

Segundo o atleta, a abordagem ocorreu em uma blitz formada por uma viatura de sirene vermelha ligada e duas motos por, supostamente, policiais militares. O lutador foi revistado e foram exigidos os documentos de identidade e do veículo. Jayson falou que apresentou os dois e, em seguida, o lutador contou que um policial de pele negra e careca e outro moreno, de cabelo curto, informaram que ele deveria pagar a quantia para ser liberado.A Polícia Militar disse que a Corregedoria Interna instaurou um inquérito e já no início da investigação foram encontrados indícios de crime militar. Dois policiais do Batalhão de Vias Expressas (BPVE) estão presos, serão submetidos a um processo administrativo disciplinar e podem ser expulsos da corporação.

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