Buscar

Eles estavam rindo, diz filha de mulher arrastada por policiais no Rio

Porta-malas de viatura abriu e a auxiliar de serviços gerais foi arrastada

Thaís Lima, filha da mulher que foi baleada e arrastada pelas ruas do Rio de Janeiro, disse que os policiais militares estavam rindo antes de colocar a auxiliar de serviços gerais Cláudia Ferreira da Silva dentro da viatura. 

Ela saiu de casa. Não demorou nem 20 minutos, eu escutei os tiros. Foi só virar a esquina, a rua, ela deu de frente com eles. Eles deram dois tiros nela, um no peito, que atravessou, e um no pescoço. Ela caiu no chão. Eles falaram que se assustaram com um copo de café que estava na mão dela, afirmou Thaís em entrevista ao programa Bom Dia Rio, da TV Globo. Os três PMs transportaram Cláudia na caçamba de uma Blazer. Eles estavam rindo. Eu perguntei: minha mãe trocou tiros com vocês? Minha mãe é bandida? Cadê a arma com que ela trocou tiros com vocês? Mostra!. Eles ficaram quietos. Eles estavam rindo, contou Thaís. Falaram que ele era uma bandida, que ela estava dando café para os bandidos. A auxiliar de serviços gerais foi baleada no Morro da Congonha, em Madureira. No trajeto para o Hospital Carlos Chagas, o porta-malas da viatura abriu e parte do corpo de Cláudia ficou para fora, sendo arrastada por um trecho da Avenida Edgard Romero. A cena foi registrada em celular por um carro que seguia atrás, e o vídeo foi divulgado no site do jornal “Extra”. 

Os policiais envolvidos no caso são o subtenente Adir Serrano Machado, o subtenente Rodney Miguel Archanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves. Menos de 24 horas após o episódio, eles foram presos e levados ao Batalhão Prisional. O trio será investigado pela Polícia Civil, que apura a morte de Cláudia, e responderá a Inquérito Policial Militar (IPM). 

No atestado de óbito, consta como a causa da morte de Cláudia “laceração cardíaca e pulmonar de ferimento transfixante do tórax por ação perfurocortante”. O laudo da perícia também apontou que a tranca da caçamba da patrulha não apresentava defeito, conforme um dos PMs alegou em depoimento. Para o viúvo, Alexandre Fernandes da Silva, a auxiliar de serviços gerais foi vítima de execução. Segundo ele, os policiais teriam atirado nela de propósito. Ele disse que não houve troca de tiros com os bandidos. Os policiais se amedrontaram com R$ 6 e um copo de café, que era o que ela tinha nas mãos. Todo mundo viu que não houve tiroteio. Se tivesse troca de tiros, ela teria sido baleada na frente e atrás. 
(Foto: cinegrafista Amador/ Reprodução de vídeo/Extra)

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.