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Exército começa a atuar em conflito indígena em quatro municípios de MS

Atuação foi autorizada pela presidência após pedido do governador.Aeronáutica e Marinha podem atuar também, se for necessário.

Entrada da fazenda já retomada pelos proprietários (Foto: Martim Andrada/ G1 MS)

O Exército Brasileiro começa a atuar na área de conflito indígena, em Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (1º). Segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa do Ministério da Defesa, as tropas do Comando Militar do Oeste já estavam na região e vão atuar em Antônio João,Aral Moreira, Bela Vista e Ponta Porã por 30 dias.O G1 pediu posicionamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre a atuação do Exército e até a publicação desta reportagem não obteve retorno. Na sexta-feira (28), a Funai havia informado que 700 indígenas guarani kaiowá ocupavam fazendas na região e que eles reinvidicavam terras e a retirada de gado das propriedades.O trabalho dos militares leva o nome de Operação Dourados e é desencandeada por determinação da presidente Dilma Roussef (PT), a pedido do governador do estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), com objetivo de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), devido à situação ter alcançado “grandes proporções”.A presidência autorizou o uso das Forças Armadas na região, que engloba Aeronáutica e Marinha, porém, por enquanto, somente o Exército irá atuar na região.ConflitoA situação em Antônio João começou a ficar tensa em 22 de agosto, quando índios ocuparam uma fazenda e fizeram os moradores reféns. Somente com a intervenção do Departamento de Operações da Fronteira (DOF) é que a família foi libertada.A partir de então, outras propriedades rurais foram ocupadas. Nesta terça-feira, os índios saíram de uma delas e da sede de duas delas. No galpão de uma delas havia resto de fogueira e muitas latas de cerveja.

No sábado (29), fazendeiros que tiveram propriedades ocupadas deram início ao processo de retomada da sede da fazenda Barra. De acordo com a Polícia Militar deAntônio João, eles decidiram retomá-las à força após uma reunião com autoridades políticas no Sindicato Rural da cidade.Ainda no sábado, por volta das 15h (de MS) foi encontrado o corpo de um indígena de 24 anos, que teria sido morto com disparo de arma de fogo quando estaria bebendo água em um córrego dentro da fazenda Fronteira, uma das áreas ocupadas pelos índios e que estava sendo retomada pelos produtores. O caso é investigado pela Polícia Federal (PF).EmergênciaPor conta da tensão na região, o prefeito de Antônio João, Selso Lozano (PT), decretou situação de emergência.A medida, conforme ele disse ao G1, foi tomada para auxiliar tantos as famílias do distrito de Campestre, que fica na área de conflito, e que acabaram deixando suas casas com medo dos reflexos da disputa fundiária, quanto os indígenas, que estariam passando fome.Nessa segunda-feira (1º), o governo do estado pediu à União a atuação das Forças Armadas na região.

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