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Governo Ameaça Retaliar Aliados que Assinaram Impeachment de Lula

Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), anuncia medidas contra parlamentares que endossaram pedido de afastamento do presidente

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Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que teve seu assessor flagrado com dinheiro na Cueca.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter a garantia do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que o pedido de impeachment da oposição não será aceito, mas o governo não está disposto a deixar passar em branco a ação de aliados que assinaram o pedido. Uma reunião na liderança do governo na manhã desta terça-feira expôs a insatisfação do Palácio do Planalto com os parlamentares signatários.

Na ocasião, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), (Deputado que teve assessor preso com dinheiro na cueca) expressou a incompatibilidade entre a permanência desses deputados na base governista e o apoio ao impeachment. "É incompatível o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment", afirmou Guimarães, que anunciou medidas de retaliação: "Minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências".

O pedido de impeachment de Lula, protocolado na semana passada, tem como base as declarações do chefe do Executivo sobre Israel, comparando os ataques à Faixa de Gaza às ações de Adolf Hitler no Holocausto. Entre os 124 apoiadores do impeachment, ao menos 20 são de partidos que ocupam ministérios na Esplanada, como PSD, Republicanos, União Brasil e PP.

Os deputados de partidos aliados que assinaram o pedido podem enfrentar consequências, como a perda de indicados para cargos federais em seus estados e a contenção na liberação das emendas a que têm direito. "O nosso propósito é isolar os radicais", destacou o deputado Rubens Pereira Jr (PT-MA), vice-líder do governo.

A decisão sobre o pedido de impeachment cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem se aproximado de Lula. Não há prazo definido para essa decisão, mas quando aceito, o mérito da denúncia deve ser analisado por uma comissão especial e depois pelo plenário da Câmara, sendo necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados para autorizar o Senado a abrir o processo.

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