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IMPEACHMENT:  último esforço, Dilma convoca ministros do PMDB

A presidente Dilma Rousseff deve fazer nesta segunda-feira uma derradeira tentativa de conter o desembarque do PMDB, previsto para o dia seguinte.

Ela pediu que ministros do partido cancelassem a agenda e viagens para recebê-los pela manhã. Os próprios governistas, no entanto, dizem que a margem de manobra que têm se estreitou muito depois que até diretórios antes firmes no apoio a Dilma, como o do Rio, aderiram à debandada.

Todas as atenções da classe política estarão voltadas para o PMDB, que decide nesta terça-feira se desembarca definitivamente do governo – o que será vital para ditar o ritmo do processo de impeachment de Dilma Rousseff.

A ala oposicionista do partido, capitaneada discretamente pelo vice-presidente Michel Temer, tentará aprovar na reunião extraordinária do partido o rompimento definitivo.

Os governistas, que perderam musculatura e exércitos depois das últimas revelações da Lava-Jato, farão um esforço para postergar o divórcio. A maioria está interessada, apenas, em preservar por mais tempo os cargos que ocupa num governo já esfacelado.

Caso se confirme a saída do PMDB da base e da Esplanada, o processo para deposição de Dilma  ganha outra dinâmica.

Enquanto ainda tenta, sem dispor de muitas ferramentas, manter o principal partido na aliança, a presidente terá de tentar desatar o nó que virou a indicação de Lula para a Casa Civil.

O STF só deve analisar o mérito de uma ação do PSB questionando a nomeação após o dia 2 de abril, quando o relator, ministro Gilmar Mendes, volta ao brasil.

Até lá Lula não pode assumir nem se dedicar oficialmente à costura política. Um dos objetivos de sua nomeação, no entanto, foi assegurado temporariamente por uma liminar do ministro Teori Zavascki, que sustou os efeitos das escutas telefônicas autorizadas pelo juiz Sergio Moro sobre o ex-presidente.

Enquanto teori não separar do processo os fatos referentes a autoridades com foro privilegiado, a investigação contra Lula segue suspensa e Moro não tem arbítrio sobre o ex-presidente.

A expectativa é que, pressionado, Teori separe as investigações ainda nesta semana e devolva o ex-presidente a Moro.

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