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Implementos Rodoviários tem queda de 9,1 %

Caminhões rebocam implementos para baixo

A recessão do mercado de caminhões no primeiro quadrimestre do ano puxou a reboque, literalmente, o setor de implementos rodoviários, que em relação ao mesmo período de 2013 registrou queda de 9,1% nas vendas somadas de reboques, semirreboques e implementações sobre chassis. Os números de desempenho foram divulgados na quarta-feira, 7, pela associação que reúnes os fabricantes de implementos rodoviários, a Anfir. Enquanto nos primeiros quatro meses do ano passado os sócios da entidade venderam o total de 54.660 unidades, no primeiro terço de 2014 este número caiu quase 5 mil, para 49.685.

A retração foi um pouco menor do que a observada nos emplacamentos de caminhões de janeiro a abril (14,1%), mas maior do que os 5% inicialmente previstos pela Anfir em fevereiro. “Não percebemos nenhum sinal que indique a retomada do ritmo da economia e isso preocupa muito o setor”, avaliou em nota Alcides Braga, presidente da associação. Segundo o comunicado, “a entidade vê com alarme a queda nas compras da indústria de bens de capital”.

Assim como todos os fabricantes de bens de capital, o setor de implementos também depende quase que integralmente dos financiamentos a juros baixos concedidos pelo BNDES na linha PSI/Finame. Em março, a Anfir observou recuo expressivo no volume de operações via Finame de seus associados, que ficaram na média de 20 por dia, enquanto em outros meses o número passou de 500. “A queda nos pedidos neste setor sinaliza redução de atividade econômica e afeta diretamente a indústria de implementos rodoviários”, afirma Braga. Os caminhões e seus implementos são responsáveis pelo transporte de mais de 60% das mercadorias no País.

Outro sinal que preocupa os fabricantes de implementos rodoviários é a perspectiva de aumento dos preços administrados pelo governo, como gasolina e energia elétrica. Analistas consultados pelo Banco Central subiram de 4,75% para 5% a média de suas projeções de alta desses preços. “São insumos fundamentais para movimentar a economia e qualquer alteração em seu valor acaba sendo repassada, atingindo desde clientes corporativos até o consumidor final. O reflexo na atividade econômica é inevitável e não desejável”, afirma Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir.

SEGMENTOS

O segmento pesado (reboques e semirreboques) apresentou a maior queda nas vendas do setor, ficando 9,9% abaixo do resultado de janeiro a abril de 2013. Nos primeiros quatro meses deste ano foram vendidas 18.965 unidades, ante 21.050 em idêntico intervalo do ano passado.

A maior parte dos negócios (30%) de produtos da linha pesada se concentrou nos reboques e semirreboques para transporte de grãos e cargas secas, que caíram 6,1%, para 5.760 unidades. O segundo segmento mais importante, o de basculantes, que corresponde a 17,7% das vendas de implementos rebocados, teve vendas 6,4% menores, para 3.352 unidades.

No segmento leve, de implementação de carrocerias sobre chassis, a queda foi de 8,6% no quadrimestre, com 30.720 unidades vendidas, contra 33.610 apuradas no mesmo período de 2013. Os negócios recuaram acima da média nas duas modalidades mais procuradas de implementações, que representam 60% das vendas: baús de alumínio (incluindo frigorificados) registraram retração de 17,4%, para 10.453 unidades; e carrocerias para grãos e cargas secas em geral tiveram baixa de 23,5%, para 8.189 unidades.

As exportações do setor seguem em baixa. De janeiro a abril foram exportados 996 implementos, em declínio de 5,3% sobre as 1.052 unidades do mesmo período de 2013.

- Veja aqui o desempenho dos fabricantes de implementos no primeiro quadrimestre do ano divulgado pela Anfir.

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